Folha de S. Paulo


Conflitos envolvendo índios são frequentes no Brasil; veja casos

Reintegração de posse, demarcação de terras, confrontos com fazendeiros, posseiros, arrozeiros, garimpeiros e policiais estiveram presentes nas páginas da Folha, em especial a partir da década de 70.

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Nesta sexta-feira, um grupo de índios foi retirado da aldeia Maracanã, ao lado do estádio de mesmo nome, no Rio. O Batalhão de Choque da Polícia Militar esteve no local e causou tensão. Sete manifestantes foram presos.

Em julho de 1976, por exemplo, um choque envolvendo índios xerente, posseiros e policiais resultou em cinco mortos e sete feridos, em Tocantinia (Goiás) e, dias depois, em Barra do Garça (Mato Grosso), novo conflito, desta vez entre índios bororo e posseiros, resultou na morte do padre alemão Rudolf Lunbenkein.

Com o passar dos anos, foram registradas mais mortes. Alguns casos se tornaram emblemáticos, como em 1988, quando 14 índios tikuna foram assassinados por madeireiros no Amazonas e cem índios xavantes invadiram uma delegacia em Goiás e fizeram cinco policiais reféns.

Até famosos se envolveram nas questões indígenas no Brasil. Um deles, o cantor inglês Sting, estava em 1989 no 1º Encontro das Nações Indígenas do Xingu, no qual uma índia, munida de facão, amedrontou um diretor da Eletronorte.

Ao mesmo tempo em que caciques, como Raoni e Paiakan, tornavam-se célebres, índios continuavam morrendo em confrontos, muitos dentro de reservas. Exemplo disso são os ianomâmis assassinados por garimpeiros, em Roraima, onde também está a disputada reserva Raposa/Serra do Sol.

Durante os anos 90, as regiões Norte e Centro-Oeste foram palcos de choques com índios.

O Pará registrou o caso de Paiakan acusado de estupro e também a vingança de indígenas contra garimpeiros após estes terem queimado uma índia e seu bebê.

No Maranhão, além de índios guajajara terem mantido 86 pessoas reféns e tribos nômades lutarem para sobreviver, houve também embates envolvendo posseiros, índios e fazendeiros.

Enquanto Rondônia contabilizava mortes em aldeia indígena devido à disputa por diamantes, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul registraram desde assassinato de funcionário da Funai e cerco a nhambiquaras até enfrentamentos de guaranis e caiuás com fazendeiros e embates com a Polícia Federal.

Mas, além de ficar marcada pela greve de fome do bispo Luiz Cappio e pela expulsão de posseiros, a Bahia registrou a imagem mais marcante dos últimos tempos, quando o índio Gil Terena foi "atropelado" pela PM local durante protesto pelo 500 Anos do Descobrimento do Brasil, em Porto Seguro.


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