Folha de S. Paulo


Associação gay critica apostila que diz que meninos se repelem

Para explicar um princípio da física, a nova apostila de um tradicional colégio particular de Fortaleza usou uma ilustração simples: menino com menino se repelem. Menina com menina também. Menina com menino se atraem.

O material, publicado neste ano, gerou críticas da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), que considera os desenhos "indicativos de homofobia". A associação diz ter acionado o Ministério Público Estadual e o Ministério da Educação para que analisem o conteúdo didático.

Segundo a ABGLT, a denúncia foi feita por um estudante do 3º ano do ensino médio do colégio Farias Brito, que disse ter se sentido ofendido com a forma como a matéria sobre atração e repulsão foi tratada nas aulas de física. O nome do aluno, de 16 anos, não foi divulgado pela entidade.

Reprodução
Apostila desenvolvida por escola particular do CE diz que menino com menino se repelem; associação gay critica
Apostila desenvolvida por escola particular do CE diz que menino com menino se repelem; associação gay critica

A apostila elaborada pelo grupo Farias Brito é distribuída para outras 15 escolas. O grupo diz que é destinada ao curso de preparação para vestibulares, e não para alunos do 3º ano.

O superintendente do grupo, Thales de Sá Cavalcante, nega qualquer caráter homofóbico nas apostilas ou em sala de aula. "O colégio Farias Brito, com 77 anos de fundação, nunca foi acusado de qualquer prática de homofobia. Temos, inclusive, professores e alunos homossexuais, que jamais sofreram qualquer constrangimento."

Para ele, a denúncia pode ser uma manobra da concorrência. Cavalcante disse que nenhuma das escolas que recebem o material registrou qualquer queixa.

A assessoria do Ministério Público diz que o caso ainda não chegou ao gabinete da Procuradoria-Geral. O Ministério da Educação também não confirma o recebimento de ofício da ABGLT.


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