Folha de S. Paulo


Gil Rugai é condenado a 33 anos, mas vai recorrer em liberdade

O juiz Adilson Paukoski Simoni divulgou na noite desta sexta-feira a pena de Gil Rugai, condenado pela morte do pai e da madrasta, em março de 2004. Embora o rapaz tenha sido condenado a 33 anos e 9 meses de prisão em regime fechado, ele poderá recorrer em liberdade.

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Segundo o juiz, a sentença corresponde ao duplo homicídio qualificado por motivo torpe. Pela morte do pai, Luis Cargos Rugai, ele foi sentenciado a 18 anos e 9 meses de prisão --pelo parentesco consanguíneo-- e mais 15 anos pela morte da madrasta, Alessandra Troitino.

Caso o recurso da defesa de Rugai seja negado, o ex-seminarista terá que cumprir, no mínimo, um sexto da pena, o que equivale a 5 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão em regime fechado.

Em sua decisão, o juiz Simoni afirmou que Rugai manteve, em todos os dias do julgamento, uma "aparência de bom moço, o que demonstra sua personalidade intensamente dissimulada". Ainda segundo o magistrado, isso confirma que o ex-seminarista é uma pessoa "extremamente perigosa".

Sete jurados tiveram que decidir sobre a condenação de Gil Rugai. Quatro votaram pela condenação e três pela absolvição do réu.

O julgamento de Rugai durou cinco dias no Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. Neste último dia, ocorreram os debates entre acusação e defesa, sendo que cada uma das partes teve uma hora e meia para expor seus argumentos. Elas ainda teriam direito a réplica e tréplica, mas esse tempo de debate foi dispensado por elas.

No tempo usado pela acusação, a Promotoria relatou o suposto desvio de dinheiro das contas da empresa do pai de Gil Rugai, além de outros problemas que a família teria com o rapaz, destacando ainda que ele possuía uma arma, era homossexual e tinha envolvimento com drogas.

Já a defesa voltou a falar sobre registros telefônicos que, segundo os advogados, mostram que Gil não estava na cena do crime. Os advogados ainda tentaram tirar a credibilidade das testemunhas ouvidas pela acusação apontando que elas teriam mentido ou falado sob coação.

O resultado do júri será decisivo para a partilha da herança do casal Luis Carlos Rugai e Alessandra Troitino, estimada em R$ 22 milhões em valores atualizados.


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