Folha de S. Paulo


Ministro promete acompanhamento prolongado para vítimas da Kiss

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, prometeu nesta sexta-feira fazer uma "busca ativa" por sobreviventes do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), para que todos tenham acompanhamento médico prolongado.

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Durante evento em um hospital de Porto Alegre, o ministro estimou em "quase mil" o número de pessoas que precisam ser acompanhadas após a tragédia ocorrida em 27 de janeiro.

A quantidade de frequentadores da casa noturna naquela madrugada é incerta. Morreram no incêndio 239 pessoas, e ao menos 140 precisaram ser hospitalizadas.

Segundo Padilha, mesmo aqueles que não sentiram nada após a tragédia nem precisaram ser internados podem sofrer consequências por terem aspirado fumaça tóxica.

"Pode ter ao longo da vida dessa pessoa algum tipo de comprometimento do funcionamento pulmonar. O cuidado com hábitos é fundamental", disse o ministro.

Padilha falou em manter a iniciativa pelo tempo que for necessário, podendo chegar a cinco anos de acompanhamento. Um site deve ser criado no Ministério da Saúde para ajudar no cadastramento.

O ministro assinou um convênio para criar um ambulatório fixo de atendimento aos sobreviventes no Hospital Universitário de Santa Maria. Prefeituras e o governo gaúcho também vão participar da iniciativa.

O Grupo Hospitalar Conceição, de Porto Alegre, deve deslocar uma equipe para a cidade do interior gaúcho.
Os governos também providenciaram a extensão da força-tarefa para cuidados à saúde mental de parentes e amigos dos mortos no incêndio.

Um dos Capes (Centros de Atenção Psicossocial) de Santa Maria vai funcionar 24 horas pelos próximos seis meses. Padilha disse que vai buscar a criação de uma "Associação de Pais, Amigos e Familiares" das vítimas para ajudar no apoio mútuo.

26 INTERNADOS

Permanecem internados em hospitais da capital e de Santa Maria 26 sobreviventes do incêndio. Quatro ainda estão em estado crítico e precisam de ventilação mecânica.

Nas semanas após o incêndio, morreram cinco feridos que estavam hospitalizados.

Editoria de Arte/Folhapress
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