Folha de S. Paulo


Mais de 30 vítimas do incêndio na Kiss continuam internadas no RS

Trinta e três vítimas do incêndio da boate Kiss, ocorrido no mês passado, em Santa Maria (RS), permanecem internadas nesta terça-feira, segundo boletim da Secretaria Estadual de Saúde. Entre as vítimas, há cinco pacientes em estado crítico.

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Ao todo, 27 vítimas estão em seis hospitais de Porto Alegre e outras seis estão no Hospital de Caridade, em Santa Maria.

A FNSUS (Força Nacional do Sistema Único de Saúde) iniciou hoje a terceira etapa do tratamento médico e psicossocial às vítimas do incêndio e seus parentes. Nesta fase, a FNSUS vai concentrar os trabalhos apenas na capital gaúcha. A força, ligada ao Ministério da Saúde, é formada por voluntários que prestam assistência às populações atingidas por catástrofes, epidemias ou crises assistenciais em todo o país.

Em parceira com o Estado do Rio Grande do Sul e o município de Santa Maria, o ministério montou um Núcleo de Atenção Psicossocial, com 164 profissionais, para fazer atendimentos às vítimas do incêndio, seus parentes e conhecidos, que ficaram psicologicamente abalados por causa da tragédia que ocorreu no dia 27 de janeiro e matou mais de 230 pessoas. De 31 de janeiro a 17 de fevereiro o núcleo fez 1.027 atendimentos.

Os profissionais de saúde que quiserem colaborar voluntariamente com as vítimas da tragédia de Santa Maria podem se inscrever por meio do site da prefeitura de Santa Maria, no link Solidariedade Cadastro de Voluntários.

INCÊNDIO

O incêndio aconteceu na madrugada de domingo (27) na boate Kiss, localizada no centro de Santa Maria (RS). O local é famoso por receber estudantes universitários. Ao todo, 239 pessoas morreram.

O fogo teria começado na espuma de isolamento acústico da boate, após um integrante da banda Gurizada Fandangueira manipular um sinalizador. Faíscas atingiram o teto e iniciou as chamas. O guitarrista da banda afirmou que o extintor de incêndio não funcionou.

Sobreviventes relataram que, antes de perceberem o incêndio, os seguranças teriam impedido os jovens de saírem sem pagar.

A maioria das vítimas morreu por asfixia durante a festa promovida por alunos da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria). Muitas foram encontradas amontoadas nos banheiros, por onde tentaram fugir do fogo.

No local, havia apenas uma uma porta, que funcionava como a única passagem de entrada e saída da boate. Bombeiros e sobreviventes quebraram a fachada da casa noturna a marretadas para retirar as pessoas.

A boate Kiss, com capacidade para até 691 pessoas, recebeu entre 900 e 1.000 no dia do incêndio, de acordo com a polícia.

A direção da boate Kiss divulgou nota afirmando que a casa estava dentro da normalidade e creditou o incêndio a uma "fatalidade".

Editoria de Arte/Folhapress
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