Folha de S. Paulo


Site com sobreviventes da tragédia de Santa Maria supera 400 cadastros

O site criado pela Polícia Civil para localizar sobreviventes do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, já recebeu mais de 400 cadastros de pessoas que dizem que estavam na casa noturna no dia 27 passado, quando ocorreu a tragédia.

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Com o elevado número de registros, depoimentos com essas testemunhas já foram agendados para até toda a próxima semana. O objetivo da polícia é ouvir o maior número possível de pessoas para identificar as circunstâncias do incêndio e confirmar a hipótese de superlotação da casa.

Segundo o delegado Sandro Meinerz, não há indícios de cadastros falsos entre os registros obtidos no site, que foi aberto na sexta-feira passada. Quem prestar informações falsas pode ser responsabilizado.

Nesta quarta-feira (13), a polícia retomou os depoimentos de testemunhas da tragédia, entre frequentadores e funcionários. De acordo com Meinerz, mais de 170 pessoas já foram ouvidas pelos policiais desde o começo da investigação. O inquérito do caso já soma 1.700 páginas.

MAIS ALTAS

Também hoje, caiu para 42 o número de sobreviventes ainda hospitalizados em quatro cidades do Rio Grande do Sul. Mais quatro pacientes receberam alta desde a tarde de terça-feira.

A quantidade de pacientes que precisam de ventilação mecânica, que são considerados casos mais complexos, também diminuiu. Agora são sete sobreviventes --ontem eram dez.

Havia duas semanas, eram 75 pessoas em estado crítico. Desses, cinco morreram hospitalizados.

INCÊNDIO

O incêndio aconteceu na madrugada de domingo (27) na boate Kiss, localizada no centro de Santa Maria (RS). O local é famoso por receber estudantes universitários. Ao todo, 239 pessoas morreram.

O fogo teria começado na espuma de isolamento acústico da boate, após um integrante da banda Gurizada Fandangueira manipular um sinalizador. Faíscas atingiram o teto e iniciou as chamas. O guitarrista da banda afirmou que o extintor de incêndio não funcionou.

Sobreviventes relataram que, antes de perceberem o incêndio, os seguranças teriam impedido os jovens de saírem sem pagar.

Editoria de Arte/Folhapress

A maioria das vítimas morreu por asfixia durante a festa promovida por alunos da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria). Muitas foram encontradas amontoadas nos banheiros, por onde tentaram fugir do fogo.

No local, havia apenas uma uma porta, que funcionava como a única passagem de entrada e saída da boate. Bombeiros e sobreviventes quebraram a fachada da casa noturna a marretadas para retirar as pessoas.

A boate Kiss, com capacidade para até 691 pessoas, recebeu entre 900 e 1.000 no dia do incêndio, de acordo com a polícia.

A direção da boate Kiss divulgou nota afirmando que a casa estava dentro da normalidade e creditou o incêndio a uma "fatalidade".

Editoria de Arte/Folhapress
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