Folha de S. Paulo


Salgueiro faz desfile luxuoso e tecnológico sobre a fama

Tida como uma das favoritas ao título do Grupo Especial, a Acadêmicos do Salgueiro foi a segunda escola a desfilar no primeiro dia do Carnaval do Rio de Janeiro na noite deste domingo (10). A escola empolgou o público com o seu desfile sobre a busca pela fama e conciliou o clássico e o moderno em suas fantasias e alegoria. O desfile levou muito luxo e tecnologia para falar sobre a fama.

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A escola entrou na avenida com 21 componentes cadeirantes, representando estrelas brilhantes e reluzentes. A comissão de frente foi uma surpresa. Nela, um homem fantasiado como o apresentador "Chacrinha" apresentava os bailarinos e subia e descia de uma limosine, decorada em vermelho --uma das cores da escola, ao lado do branco.

Mas a surpresa aconteceu quando saíram do carro duas transformistas. Elas subiam na alegoria e dançavam para o público simulando uma briga. Um delas, vestida de Amy Winehouse jogava a outra, a Marlin Monroe, do alto do veículo, mas era era amparada pelos bailarinos fantasiados de fotógrafos, com a ajuda de uma lona.

A escola levou para a avenida dois carros alegóricos gigantes feitos de LED. Um deles, tinha 200 metros quadrados para exibir imagens em alta resolução. A bateria empolgou o público também com uma batida funk, usada em alguns momentos do desfile.

O carro abre-alas levou uma grande máquina fotográfica e esculturas de seguranças, "protegendo" uma modelo dos flashes. Acrobatas também chamaram a atenção do público para a alegoria. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeiras também fez referência à celebridade e ao seu segurança.

O clássico surgiu já no segundo carro, com elementos das civilizações romana e egípcia. Nele, "estátuas vivas" (com pessoas congelando seus movimentos) representavam guerreiros e Deus romanos.

O estilo se manteve no terceiro carro, que fez referência à corte do rei-sol, Luís 14. Econômico em celebridades ao longo do desfile, a escola optou pela atriz da Globo Cacau Protásio como destaque principal do último carro, que homenageou os 60 anos de agremiação. Sua decoração remetia aos famosos enredos afro da escola nos anos 60 e 70.

A Salgueiro é uma das escolas mais tradicionais do Rio e já acumula nove títulos no Carnaval carioca, o último conquistado em 2009. O samba-enredo da escola foi cantado por boa parte do público.

A bateria da escola foi para a avenida com ternos e com a imagem de Che Guevara. O desfile deste ano foi patrocinado pela revista "Caras", que completa 25 anos.

Alegorias e fantasias retrataram faraós egípcios e Cleópatra, cuja fama perdura até hoje. Outra parte do desfile falou dos mascarados, como políticos, que escondem quem realmente são, com alas sobre a honestidade e a falsidade.

A ala das baianas fez homenagem à pinturas de Tarsila do Amaral e à semana de 22.

Um dos carros do desfile, o "Atelier", tinha um grande painel que mostrava rostos de membros da equipe que trabalhou no barracão da Salgueiro. As fantasias dos passistas mostram agora as alterações sobre o corpo, como lipoaspirações, cirugias plásticas e o uso do Photoshop.

Confiante, a presidente da escola, Regina Celi, disse que o desfile foi um sucesso. "Vamos brigar pelo títulos. Vamos estar nas cabeças e fizemos um desfile em os famosos eram os componentes", afirmou.

Para a madrinha de bateria do Salgueiro, Viviane Araújo, o carnavalesco Renato Lage soube "desenvolver muito bem o enredo" e usou os elementos certos "para falar da fama".


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