Folha de S. Paulo


Sócio da Kiss recebe alta e é levado para delegacia em Cruz Alta

O sócio da boate Kiss, Elissandro Spohr, o Kiko, 28, recebeu alta do hospital onde estava internado sob custódia policial, em Cruz Alta (RS), no início da noite desta terça-feira (5).

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A Polícia Civil confirmou à Folha que Kiko está na delegacia do município, mas não informou se ele será levado para o presídio de Santa Maria (RS).

Segundo o médico Paulo Ricardo Vieceli, que cuidava de Kiko no hospital desde o último dia 28, a Justiça negou o pedido feito pela defesa do empresário para que ele não fosse levado a Santa Maria.

A equipe médica formada por um cardiologista, um psiquiatra e uma psicóloga disse mais cedo que a transferência de Kiko para outra cidade que não Santa Maria garantiria a "integridade mental" do empresário.

O advogado de Kiko, Jader Marques, pediu para que ele fosse levado para Ijuí (RS). Vieceli havia dito à tarde que só daria alta ao paciente após a decisão da Justiça, o que revoltou a delegada regional de Cruz Alta, Lylian Carus.

"Como um médico pode condicionar a alta a uma decisão judicial? Eu estou aqui sem saber o que o médico vai decidir. Imagina o que aconteceria se todo preso pudesse escolher o presídio para o qual quer ir", disse.

O Ministério Público do Rio Grande do Sul se disse contrário ao pedido de Kiko. "Sua remoção para outra Comarca demandaria tempo para seu transporte e realização das diligências necessárias (acareações, etc), o que é totalmente desnecessário", afirma o parecer da Promotoria.

SHOW PIROTÉCNICO

Kiko negou que a banda Gurizada Fandangueira já tivesse usado fogos em seus shows. A entrevista foi divulgada pelo "Fantástico", da Rede Globo, na noite de domingo (3).

"A banda nunca falou comigo sobre isso [show pirotécnico]. Eu nunca autorizei isso. Faz dois anos, eu acho, que a banda toca lá [na Kiss]. Eu vi no mínimo 30 shows deles. Nunca fizeram isso, nem na Kiss. Vi shows deles em outros lugares, eles também nunca usaram isso. Se eu soubesse que iam usar, não deixaria", afirmou.

O empresário ainda afirmou que, no dia do incêndio, cerca de 700 pessoas participavam da festa na boate. O advogado de Spohr, Jader Marques, afirmou que o cliente não sabia qual era a capacidade máxima de pessoas na casa noturna. "Ele nunca recebeu dos bombeiros, da prefeitura ou de quem quer que seja uma limitação quanto ao número de pessoas da casa", afirmou.

Editoria de Arte/Folhapress
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