Folha de S. Paulo


Morre mais uma vítima do incêndio na boate Kiss; total vai a 238

Subiu para 238 o número de mortos na tragédia da boate Kiss, em Santa Maria. Morreu por volta das 12h desta terça-feira (5) em Porto Alegre um jovem de 20 anos, que estava internado no complexo da Santa Casa de Misericórdia.

Veja lista completa de mortos no incêndio
Veja imagens da boate Kiss após incêndio no RS
'A Kiss era um sonho para mim', diz dono da boate após incêndio
Dono da boate Kiss deve deixar hospital hoje e ir para prisão
Kiss fez cadastro indevido para plano de prevenção de incêndio
Loja de colchão vendeu espuma usada em teto de boate Kiss
Fumaça levou, no máximo, cinco minutos para tomar boate

De acordo com o hospital, a vítima permanecia na UTI na capital gaúcha desde o dia do incêndio. Não foram divulgados detalhes do enterro.

Ele é a quarta pessoa a morrer dias após o desastre. No último sábado, um jovem de Santa Maria morreu após ficar quase uma semana internado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

De acordo com o boletim divulgado pela secretaria de Saúde do Estado nesta tarde, ainda há 81 pessoas hospitalizadas em cinco cidades do Estado. Os casos mais complexos, que envolvem pacientes que ainda precisam de ventilação mecânica, somam 23.

INVESTIGAÇÃO

Cinco peritos do IGP (Instituto Geral de Perícias) do Rio Grande do Sul voltaram para a boate kiss, na manhã desta terça-feira, para coletar mais materiais para análise e determinar, entre outras coisas, o local exato do início do incêndio.

Entre os peritos estavam especialistas na área química, elétrica e de engenharia civil. Eles chegaram por volta das 7h e deixaram o prédio às 11h40. Para fazer os trabalhos dentro da boate, os técnicos tiveram que usar um gerador. Essa foi a terceira e está prevista para ser a última perícia no local.

Ontem, o vendedor Flávio Boeira, que trabalha em uma loja de colchões, afirmou que vendeu 12 lâminas de espuma de poliuretano para a Kiss. Segundo a polícia, o material revestia parte do teto e das paredes da boate e pode ter sido o ponto inicial do fogo.

Também ontem, um parecer técnico do Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) do Rio Grande do Sul apontou que a boate usou de maneira indevida um sistema simplificado de registro de planos de prevenção contra incêndio junto ao Corpo de Bombeiros do Estado.

De acordo com o relatório, a direção da casa noturna obteve um alvará de prevenção, em 2009, não assinado por um profissional especificado como responsável técnico. O parecer do conselho aponta ainda que um acúmulo de falhas contribuíram para o número de mortes.

Editoria de Arte/Folhapress
Conheça as principais falhas da tragédia que deixou mais de 200 mortos e 100 feridos em Santa Maria, no RS
Conheça as principais falhas da tragédia que deixou mais de 200 mortos e 100 feridos em Santa Maria, no RS

Endereço da página:

Links no texto: