Folha de S. Paulo


Doações de sangue diminuem no SP, RJ e DF durante férias de verão

As doações para bancos de sangue de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal diminuíram durante de férias de verão. De acordo com os hemocentros locais, a necessidade de sangue no período aumenta por causa dos acidentes nas estradas.

Na FHB (Fundação Hemocentro de Brasília), a procura de candidatos para doar se estabilizou entre 280 e 300 por dia nas duas últimas semanas. Entretanto, segundo a gerente do ciclo do doador do FHB, Ana Rita de Carvalho, nem todos as pessoas que chegam ao centro conseguem doar: "Para a população, 300 pessoas pode parecer muito. Mas cada um passa por uma entrevista e 25% desses candidatos não doam naquele dia por algum motivo".

Ana Rita ressaltou a importância de continuar doando: "É necessário ficar alerta nos meses de janeiro e fevereiro porque é um período em que as pessoas viajam muito e a cidade fica vazia. É uma época em que os estoques tendem a baixar". Ela lembra que os estoques precisam ter cerca de 220 bolsas de sangue coletadas por dia "para que possamos ficar tranquilos".

Em São Paulo, a Fundação Pró-Sangue, que atende mais de 100 hospitais da região metropolitana, tem estocado uma média de 400 bolsas de sangue, resultado de uma grande campanha realizada no fim do ano passado. Segundo a assessoria, mesmo assim há componentes do sangue que só duram cinco dias. "Não é porque estamos abastecidos que as pessoas vão deixar de doar".

A assessoria de imprensa do hemocentro do Rio de Janeiro informou esta época do ano é sempre crítica para os estoques do Hemorio, que chegam a cair em até 50%. "A entidade recebe normalmente de 200 a 300 candidatos por dia, mas por causa das festas de fim de ano e férias de verão, o comparecimento de doadores voluntários pode não chegar a 100". Segundo a assessoria, todos os tipos sanguíneos são essenciais para manter um nível razoável.

A estudante Ana Paula Oliveira de 28 anos, é doadora há mais de 10 anos. "Comecei a doar porque uma amiga estava internada e precisou de sangue, depois daquele dia não parei de doar." Ana Paula faz parte de um grupo de doadores convocados pelo Hemocentro, pois possui um tipo raro de sangue, o AB. "Pretendo doar enquanto tiver saúde e me enquadrar nas exigências."

O servidor público, Bruno de Souza Rocha de 23 anos é doador voluntário há pouco mais de dois anos. "Tomei esta iniciativa porque existem muitas pessoas que precisam desse sangue [A positivo], é um gesto pequeno demais para grandes consequências positivas." Entre os benefícios para os doadores, Bruno disse que para ele "a maior satisfação é poder ajudar o próximo."

Para doar sangue é necessário ter peso acima de 50 quilos e idade entre 18 e 67 anos. Também é obrigatório levar documento com foto, válido em todo território nacional.

Os doadores não precisam estar em jejum, mas devem ter repousado no mínimo seis horas na noite anterior à doação, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores, além de evitar fumar por duas horas antes da doação e evitar alimentos gordurosos nas três horas antecedentes.


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