Eleito como oposição a um grupo político que detinha o poder havia 24 anos, o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), assumiu o cargo com a promessa de requalificar o transporte público.
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Considerada modelo na área, Curitiba tem enfrentado lotação nos ônibus e queda do número de usuários, que migraram para os carros --com piora do trânsito.
Para simbolizar a busca por alternativas, Fruet foi à posse de bicicleta.
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Folha - Qual é o significado de ir à posse de bicicleta?
Gustavo Fruet - Simboliza que ela pode ser uma alternativa para todos. O investimento em vias para automóveis é necessário, mas temos que priorizar o transporte público e incentivar alternativas. Revitalizar calçadas, fazer ciclofaixas e pensar em um novo modal para a cidade, que poderá ser o metrô.
A mobilidade urbana é um desafio mesmo em Curitiba?
Comparando Curitiba com outras capitais, a situação é confortável. Mas, comparando com sua história, é a situação mais desconfortável de todos os anos. O número de usuários de ônibus diminuiu, e o sistema vive um dos maiores déficits de sua história. O custo técnico da tarifa é R$ 2,90, mas o usuário paga R$ 2,60. É uma bomba-relógio.
A passagem vai subir?
Tem que deixar claro: [o sistema] não se sustenta, a não ser que o governo estadual subsidie a tarifa [como fez em 2012].
O sr. tem comentado que há problemas financeiros na prefeitura.
Tem empresa que não recebe desde fevereiro. Meu primeiro ato será o decreto da transparência. Vou pedir a revisão de todos esses contratos e só vou pagar o que estiver comprovado com prestação de serviço. Para isso, estou pedindo cem dias.
O sr. nomeou sua mulher e sua irmã como secretárias. É nepotismo?
Não. O mesmo Supremo Tribunal Federal que julgou o mensalão julgou isso [a súmula antinepotismo do STF não se aplica a cargos políticos, como secretários]. São pessoas qualificadas, que realizam seu trabalho com lealdade à cidade, que não têm projeto eleitoral. O tempo vai estabelecer esse julgamento.