Você já ouviu falar de picles de mamão? Talvez saiba fazer geleia de morango, mas e de cachaça? Toparia provar uma compota de abóbora-cabotiã ou uma conserva de pinhão?
Pois essas são algumas das receitas reunidas pela banqueteira Gil Gondim no livro recém-lançado "Conservas do meu Brasil - Compotas, Geleias e Antepastos" (editora Senac).
"As conservas são uma cultura do povo brasileiro, mas geralmente não estão nas grandes cidades, ficam mais restritas ao interior", diz ela, lembrando de tradições, por exemplo, da cozinha mineira.
O livro tem 58 receitas –cerca de 60% delas são da família justamente mineira da banqueteira, hoje radicada em São Paulo.
"Eu busquei o Brasil: temos frutas da Amazônia, do Nordeste, do cerrado... Ao fazer a pesquisa para o livro e por ter morado em lugares como Rondônia, vi que o brasileiro sabe aproveitar todos os frutos, não perder nada deles", conta.
Em cada passo a passo, Gil dá dicas de uso e sugere alternativas de preparo, e, em muitos deles, lembra histórias de família, como que a reafirmar a tese de que as conservas são, sim, assunto de casa, "comfort food" de primeira.
Além das receitas, o livro explica a diferença básica entre os tipos de conserva: uma compota é feita com calda de água, açúcar e especiarias; um doce tem os ingredientes processados e cozidos com açúcar, mas sem calda; a geleia demanda a presença de pectina, componente que dá brilho e gelificação; as conservas comuns levam apenas xarope ou, no caso das salgadas, salmoura ou vinagre; e os antepastos têm raiz italiana, sempre salgados.
A maior surpresa talvez sejam as receitas que fogem do senso comum –e até o desafiam–, caso dos picles e conservas doces e das compotas de frutas menos populares.
Gil conta que, de todas as receitas do livro, tem carinho especial pela geleia de jabuticaba ("um xodó da família"), pela compota de mangaba ("me surpreendi com a delicadeza da fruta quando a estudei") e pelo picles de pera ("divino!").
Clique aqui para ver a receita da compota de pera.
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DICAS PARA PREPARAR SUA CONSERVA
- Faça uma boa higienização –do vasilhame e da tampa, e também do alimento, com uma solução desinfetante
- Escolha bem o alimento: ele não pode ter machucados e não pode estar maduro demais ou de menos
- Envase os ingredientes sempre ainda quentes e retire eventuais bolsões de ar com a ajuda de uma faca
- A pasteurização (ferver os potes já preenchidos e lacrados) é fundamental para criar vácuo e aumentar a durabilidade da conserva
- Para geleias, não encha o pote até a tampa (deixe 2 cm de borda) e nem faça a pasteurização; o vácuo é criado deixando o pote de cabeça para baixo por 2 minutos
- O pote pode ser reutilizado, mas prefira usar sempre tampas novas, com poder de lacre maior
CONSERVAS DO MEU BRASIL
AUTORA Gil Gondim
EDITORA Senac São Paulo
QUANTO R$ 69,90 (144 págs.)