Folha de S. Paulo


Saiba com que quitutes típicos se comemora a Páscoa em outros países

"Estava se aproximando a festa dos pães sem fermento", conta, na Bíblia, o apóstolo Lucas ao narrar o período de crucificação e ressurreição de Jesus Cristo. Na tradição judaica, come-se, nesta época, o matzá, um pão sem fermento que lembra aquele comido pelos judeus durante a fuga do Egito.

Além dele, outros pães e bolos fazem parte da culinária pascal em diversas culturas. Um dos mais conhecidos por aqui é a colomba, da Itália. Também de lá vem a gubana, de massa parecida com um brioche e recheada com avelãs, macadâmias e passas.

"Há pratos cujo ritual de preparo está diretamente ligado à religião", diz Paola Biselli, professora de gastronomia do Mackenzie.

"Em países como a Ucrânia, é comum preparar a paska, pão doce que é levado pelas famílias à igreja no domingo para ser benzido", afirma.

A doceira polonesa Kasia Patyra diz que em seu país também é comum levar alimentos à igreja. Um deles é o bolo babka, cuja massa é feita dois dias antes para crescer bem.

O professor de gastronomia Luiz Araujo, da Anhembi Morumbi, cita outros exemplos, como o bolo francês gâteau de pâques, em forma de cordeiro, e o doce libanês mammoul, com tâmaras.

Em Portugal, come-se o pão folar, que pode ser doce ou salgado. Ele é feito com um ovo cozido dentro, que representa renovação.

Nas regiões de Madri e Andaluzia, na Espanha, nesta época se come rosca de San José. Segundo a tradição, durante a fuga para o Egito, José vendia roscas fritas para sustentar a família.

De origem armênia, o choereg é um pão doce feito no domingo de Páscoa. O prato leva uma especiaria comum na Grécia e no Oriente Médio chamada mahleb, um caroço de cereja preta típica da região.

O tão conhecido ovo de chocolate só aparece na história depois que o cacau é descoberto –no século 16, com a chegada dos europeus à América– e transforma a tradição pagã de se presentear com ovos pintados à mão.

No Brasil, segundo Sandro Dias, professor de gastronomia do Senac, é na década de 1920 que os ovos começam a chegar às confeitarias do país.

Para quem não dispensa a guloseima, o "Comida" traz também uma seleção de produtos entre R$ 18 e R$ 295.

GUBANA E CHOEREG
Pães italiano e armênio, com massa semelhante a brioche
ONDE Julice Boulangère (r. Dep. Lacerda Franco, 536; tel. 11/3097-9144)
QUANTO choereg, R$ 44,20 a unidade de 300 g; gubana, R$ 72,50 por 400 g

MATZÁ DE CHOCOLATE
Pão judaico sem fermento com cobertura de chocolate a amêndoas
ONDE Casa Santa Luzia (al. Lorena, 1.471; tel. 11/3897-5000)
QUANTO R$ 30,60 a unidade de 820 g

ROSCA DE SAN JOSÉ
De origem espanhola, leva canela, anis e açúcar polvilhado
ONDE Almodovar, r. dos Pinheiros, 274; tel. (11) 3062-4455
QUANTO R$ 14 prato com duas unidades

FOLAR
Pão doce português, com erva-doce
ONDE Casa Mathilde (pça antônio prado, 76; tel. 11/3106-9605)
QUANTO R$ 4,80 a unidade de 200 g

BABKA
Bolo doce polonês com uva passa e casca de laranja
ONDE Beza –só por encomenda (tel. 11/99616-8301; beza.com.br)
QUANTO R$ 60 a unidade de 1 kg


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