Folha de S. Paulo


Mandioca e pamonha estão na mesa do café do Nordeste e Centro-Oeste

Na Bahia, a influência do café da manhã vem dos negros e índios, que eram obrigados a comer o que tinham à disposição, diz Tereza Paim, chef do restaurante soteropolitano Casa de Tereza.

Itens como carne de sol, mandioca e batata-doce cozidas fazem parte da primeira refeição do dia.

Outra receita típica é o bolinho de estudante, feito com tapioca e coco, frito e passado no açúcar e na canela.

Confira receita de bolo de queijo cuiabano
Confira receita de bolinho de estudante

Chef do restaurante Picuí, em Maceió, Wanderson Medeiros sugere para o café da manhã o queijo coalho com mel de engenho, bolo de fubá com amendoim, cuscuz de milho e bode guisado.

Criado no interior da Paraíba, Wanderson diz que suas influências vêm da infância, quando vivia entre as panelas da mãe e da avó.

Já no Recife, o chef Claudemir Barros (Wiella Bistrô) prefere sentar-se à mesa de manhã para comer bolo de rolo (massa fina enrolada com goiabada), que sua mãe sempre fazia em casa. E também coalhada, bolo Souza Leão (com mandioca), mungunzá e macaxeira com charque.

CENTRO-OESTE

A chef Ariani Malouf, do restaurante Mahalo, em Cuiabá (MT), diz se lembrar do tradicional café com bolo que sua avó servia às 5h da manhã durante a festa de São Benedito, que ocorre entre os meses de junho e julho.

Entre as receitas, havia bolo de queijo assado, francisquito (biscoito aromatizado com erva-doce), piché (farinha de milho tostada com açúcar e canela, servida em cones de papel) e chocolate quente com canela.

Na memória do chef dinamarquês Simon Lau (do extinto Aquavit, em Brasília), que vive no Brasil há quase 30 anos, estão receitas como biscoito de queijo, pamonha assada e peta –um tipo de biscoito de polvilho doce que leva banha e ovos e é preparado pela dona Octávia, uma senhora que abre as portas de sua casa na Cidade de Goiás (136 km da capital, Goiânia) para servir café da manhã.

Para o desjejum, Lau também é adepto de pastel de carne com guariroba (tipo de palmito) com suco de cajazinho (fruto típico do cerrado de sabor agridoce), que ele come quando acaba a noite no bar Morro do Macaco Molhado, na mesma cidade.

Já em Brasília, o chef Agenor Maia, do restaurante Olivae, gosta de receitas tradicionais do cerrado, como broa, pão de queijo, bolo de arroz e bolo de castanha de pequi (fruto típico da região, de cor amarela e com espinhos, cuja polpa é muito usada em pratos salgados).

Para adoçar a refeição, compotas de cajuzinho do cerrado e cagaita (fruta de sabor ligeiramente ácido).


Endereço da página:

Links no texto: