O Central, comandado pelos chefs peruanos Virgilio Martinez e Pía León, surpreendeu os presentes e foi eleito, na noite desta quarta-feira (3), o melhor restaurante da América Latina. A premiação, concedida pela revista britânica "Restaurant", foi anunciada em uma cerimônia em Lima, no Peru.
| Gisella Benavides E./Divulgação | ||
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| Chefs Virgilio Martinez e Pia Leon, do restaurante Central, de Lima, Peru |
Esta é a segunda edição para a América Latina do prêmio, cuja versão global é considerada o Oscar da Gastronomia. No ano passado, o Central havia ficado em quarto lugar, atrás do peruano Astrid y Gastón, do chef Gastón Acurio, do paulistano D.O.M., de Alex Atala, e do mexicano Pujol.
A casa ganhou destaque na lista mundial neste ano: em sua segunda aparição entre os 50 melhores do mundo, pulou do 50º para o 15º lugar e foi laureado como restaurante que mais ganhou posições no ranking.
Na entrevista coletiva após a cerimônia, Pía León valorizou o trabalho da equipe do restaurante. Virgilio Martinez falou sobre o papel de um chef.
"Não sei de que forma um cozinheiro pode mudar o mundo, mas eu posso, sim, mudar meu mundo. Eu tenho um pequeno mundo: o Central, minha esposa, meus pais, os produtores e a comunidade para a qual trabalho", disse.
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O RESTAURANTE
Nascido em 1977, o chef Virgilio Martinez começou sua carreira culinária em 2000, no hotel Ritz, de Londres. Depois, passou por restaurantes de Nova York, Cingapura, Londres, Madri, Bogotá e Lima –incluindo as unidades colombiana e espanhola do Astrid y Gastón, do restaurateur peruano Gastón Acurio.
Em 2009, fundou o Central, famoso por valorizar os detalhes da refeição: a casa possui uma horta própria, purifica e engarrafa a água servida aos comensais e armazena o chocolate em uma caixa de madeira construída para manter as propriedades do alimento.
Martinez também é dono dos restaurantes Lima, de Londres, e Senzo, em Cusco, ambos abertos em 2012.
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Veja abaixo a lista completa de ganhadores:
50 BEST AMÉRICA LATINA
1º: Central, de Lima (Peru)
2º: Astrid y Gastón, de Lima (Peru) - Diego Muñoz
3º: D.O.M., de São Paulo (Brasil)
4º: Maní, de São Paulo (Brasil)
5º: Boragó, de Santiago (Chile)
6º: Pujol, da Cidade do México (México)
7º: Maido, de Lima (Peru)
8º: Biko, da Cidade do México (México)
9º: Tegui, de Buenos Aires (Argentina)
10º:Quintonil, de Cidade do México (México)
11º: Malabar, de Lima (Peru)
12º: Mocotó, de São Paulo (Brasil)
13º: Roberta Sudbrack, do Rio de Janeiro (Brasil)
14º: Aramburú, de Buenos Aires (Argentina)
15º: La Mar, de Lima (Peru)
16º: Tarquino, de Buenos Aires (Argentina)
17º: Parador La Huella, de José Ignacio (Uruguai)
18º: El Baqueano, de Buenos Aires (Argentina)
19º: Pangea, de Monterrey (México)
20º: Fiesta, de Lima (Peru)
21º: Chila, de Buenos Aires (Argentina)
22º: La Cabrera, de Buenos Aires (Argentina)
23º: Tomo 1, de Buenos Aires (Argentina)
24º: Sud 777, da Cidade do México (México)
25º: Manzanilla, da Cidade do México (México)
26º: Mero Toro, da Cidade do México (México)
27º: Rafael, Lima (Peru)
28º: Alto, Caracas (Venezuela)
29º: Oviedo, de Buenos Aires (Argentina)
30º: Osaka, de Santiago (Chile)
31º: La Picanteria, Lima (Peru)
32º: Gustu, La Paz (Bolívia)
33º: Rosetta, Cidade do México (México)
34º: Remanso do Bosque, de Belém (Brasil)
35º: Olympe, do Rio de Janeiro (Brasil)
36º: Epice, de São Paulo (Brasil)
37º: Ambrosia, Santiago(Chile)
38º: Attimo, São Paulo (Brasil)
39º: Criterión, de Bogotá (Colômbia)
40º: Francis Malmmann 1884, em Mendoza (Argentina)
41º: Amaranta, Toluca (México)
42º: Corazón de Tierra, de Valle de Guadalupe (México)
43º: Harry Sasson, de Bogotá (Colômbia)
44º: Fasano, de São Paulo (Brasil)
45º: La Bourgogne, de Punta Del Este (Uruguai)
46º: El Cielo, de Bogotá (Colômbia)
47º: Sucre, de Buenos Aires (Argentina)
48º: Elena, de Buenos Aires (Argentina)
49º: Leo Cocina y Cava (Colômbia)
50º: Pura Tierra, de Buenos Aires (Argentina)
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A PREMIAÇÃO
O ranking de 50 melhores restaurantes da América Latina começou a ser organizado pela revista britânica "Restaurant" em 2013 -a publicação promove a lista mundial desde 2002.
A premiação adota o esquema criado em 2006 para o ranking global 50 Best e leva em conta uma votação feita por uma academia formada por 252 membros -chefs, restaurateurs, críticos e "foodies".
O painel de votantes é selecionado por quatro presidentes regionais. Josimar Melo, crítico da Folha, é o presidente para a região do Brasil; os demais são os jornalistas Raquel Rosenberg (região sul), Diego Salazar (região norte) e Pablo Banos (América Central, México e Caribe).
"Além de envolver mais países, a votação, em 2014, conta com jurados mais bem distribuídos por diferentes regiões, de forma a reforçar a tendência de diversificação da lista", diz Melo.
A partir da edição de 2014, casas de 29 países podem ser votadas, de acordo com as seguintes regras: cada membro do júri indica sete restaurantes, por ordem de preferência, nos quais tenha comido nos últimos 18 meses; ao menos três casas indicadas devem estar fora do país natal do votante.
A votação é sigilosa, feita por meio de um formulário eletrônico. Não há, segundo a organização, uma lista predeterminada de restaurantes ou de critérios de avaliação. Assim, qualquer casa pode ser indicada -desde que tenha ficado aberta durante o período de votação e não planeje fechar as portas nas semanas seguintes à divulgação do ranking.
A lista é apenas uma compilação dos votos -em caso de empate, fica na frente o restaurante que aparece mais vezes como mais bem colocado nas avaliações.