Folha de S. Paulo


Pê-efe 'secreto' do McDonald's não vale o preço, como os lanches

Foi meia hora de surpresa, quando em meu trabalho habitual fui ao McDonald's experimentar o pê-efe que eles, aqui (após demanda judicial para livrar funcionários de comer "McCoisas" todo dia), disponibilizam sem aviso.

Caminhando para a lanchonete (em frente ao Conjunto Nacional) cruzei com manifestantes acusando a rede de "fraude (...) contra o salário de seus trabalhadores".

Pedi arroz e feijão. Entre incrédula e bondosa, a jovem informou: "Não servimos isso aqui". No impasse, alguém a avisa que tinham "isso", sim. "E ninguém me avisa? Começou hoje?", protestou.

Editoria de Arte/Folhapress
Prato executivo McDonald's
Prato executivo McDonald's

E toca a procurar no computador onde "isso" está, como registrar (a fila aumentando)... Finalmente pago R$ 23.

Na "fila de pegar" entrevejo, ao fundo, alguém procurando panelas e preparando meu prato. Ele chega montado -arroz, feijão, farofa, hambúrguer, salada, três envelopes de molho. E talheres de plástico. Nem suco ou sobremesa ("só à parte").

A comida sem gosto não toma muito do meu tempo. Mas é o bastante para ainda ver um mendigo entrar, e ser empurrado loja afora.

A funcionária vê que deixo o prato cheio: "Não gostou? Tem pouco sal, né?". Que nada. Tem é pouco gosto de verdade. E, como os sanduíches da rede, custa mais do que vale. Um pê-efe de boteco custa a metade –e tem talher de metal, não de presídio.

Saio. Já era mais de 14h, eu tinha que almoçar.


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