Folha de S. Paulo


Chefs David Chang e René Redzepi entrevistam Alain Ducasse em Copenhague

Nesta segunda-feira (26), os chefs David Chang (do Momofuku Ko, em Nova York) e René Redzepi (do Noma, em Copenhague, cotado segundo melhor do mundo no ranking da revista "Restaurant") comandaram sessão pergunta-e-resposta com o chef Alain Ducasse no evento gastronômico MAD.

Através de uma tradutora, o famoso francês cujos 27 restaurantes, espalhados por nove países, têm um total de 17 estrelas "Michelin", respondeu às perguntas muito diplomaticamente.

Ao ser questionado sobre a perene busca por estrelas "Michelin", monsieur Ducasse disse que "as estrelas não são importantes, o que importa é a relação com clientes e fornecedores".

Redzepi quis saber: "Qual é o seu maior medo?". O francês disse que teme mais do que tudo perder a capacidade física e mental, e que ingredientes desapareçam antes que seus filhos tenham a chance de experimentá-los.

O americano Chang, que confessou idolatrá-lo, quis que Ducasse comentasse o fracasso do restaurante que abriu em Nova York anos atrás (Alain Ducasse at the Essex House) e viu naufragar. Impávido, afirmou não ter se incomodado: "Recebi 150 críticas negativas, mas e daí? Não mudou minha paixão nem minha carreira".

Membros da plateia perguntaram ainda se o chef gosta de ouriços do mar (sim) e se é verdade que ele consegue adivinhar, ao provar uma manteiga, do que a vaca alimentava-se (também sim).

Ao falar sobre seus restaurantes, foi claro: "não crio pratos para agradar a clientes ou imprensa, mas sim a mim mesmo". A plateia, repleta de chefs e restaurateurs, aplaudiu efusivamente.

Ducasse despediu-se sob outra chuva de aplausos e assovios, provando que o passar dos anos não enfraqueceu seu poder e magnetismo no universo gastronômico.


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