Folha de S. Paulo


Entenda o cálculo

Confira os critérios usados para escrever a reportagem "Na USP, 6 em cada 10 alunos poderiam pagar mensalidade", manchete do dia 2/6/2014. As informações foram passadas pelos repórteres Erica Fraga e Fabio Takahashi.

Faltou transparência, sobrou dúvidas

Sobre os critérios do Prouni

= Os critérios do Prouni utilizam renda per capita medida em salários mínimos. Como os dados disponíveis da Fuvest trazem renda familiar (também medida em salários mínimos), a reportagem converteu renda per capita em renda familiar. Para isso, foi utilizada a média de pessoas por domicílio segundo a PNAD (que é de 3 pessoas).

= Com isso, por exemplo, o limite de 1,5 salário mínimo per capita para conseguir bolsa integral virou 4,5 salários mínimos por família.

= A partir daí, calculou-se o percentual de alunos que se enquadrariam nos três cenários: bolsa integral, bolsa de 50% ou pagante de mensalidade integral.

= Foram necessários arredondamentos, porque a Fuvest traz faixas de renda. O corte para o teto de bolsa integral, por exemplo, abarcou todo o grupo com renda de 3 a 5 salários mínimos (em vez de se limitar ao teto de 4,5 salários mínimos).

= Se tivesse sido utilizada a média de 3,7 pessoas por família (da Fuvest 2013), não haveria mudança nos grupos de não pagantes, pagantes de bolsa 50% e de bolsa 100%. Nesse caso, também teriam que ser feitos pequenos arredondamentos para adequar os dados às faixas de renda já mencionadas.

Sobre o número de alunos da USP

= Com os resultados dessas contas, a reportagem somou os percentuais dos grupos de pagantes de mensalidade cheia, de 50% e não pagantes.

= O resultado foi que 34,2% dos alunos seriam pagantes de mensalidade cheia. Esse percentual foi aplicado sobre o total de alunos de graduação da USP (58,3 mil), para o qual há dados socioeconômicos disponíveis. O resultado é que 20 mil alunos poderiam pagar a mensalidade cheia.

= Como explica a reportagem, a esse universo foram adicionados os alunos de pós-graduação, que somam 28,5 mil alunos, resultando em 48,5 mil estudantes. Os alunos de pós-graduação foram incluídos no grupo de potenciais pagantes de mensalidade cheia porque, no Brasil, em geral recebem bolsas de agências de fomento, e não das universidades.


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