Folha de S. Paulo


Operação da PF e chuva nos portos esfriam exportação de carnes

Karime Xavier - 7.ago.2014/Folhapress
Operação da PF e chuva nos portos esfriam exportação de carnes
Operação da PF e chuva nos portos esfriam exportação de carnes

As exportações de carnes perderam força neste mês e não devem atingir o patamar registrado em maio.

Além dos efeitos das crises vividas pelo setor nos últimos meses —Operação Carne Fraca e delação premiada dos donos da JBS—, o excesso de chuva dificultou os embarques de produto nos principais portos do país.

As atividades voltaram ao normal nos portos de saída dessas proteínas, mas vai ser difícil uma recuperação do tempo perdido na primeira quinzena, segundo Francisco Turra, presidente-executivo da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).

RITMO MENOR - Exportação média diária de carnes, em mil t

"Além do efeito da chuva, o ritmo das exportações deste mês é inferior ao de 2016 porque o primeiro semestre do ano passado teve desempenho acima das expectativas, principalmente no setor de aves", diz Turra.

No caso das vendas de carne suína, o setor tem ainda outro agravante: os chineses pisaram no freio nas compras. "Estão com bons estoques", diz Turra.

O presidente da entidade acredita, no entanto, que, nas próximas semanas, os importadores chineses voltem ao mercado brasileiro, dando novo ânimo nas vendas externas.

BOI FUTURO

A exportação de carne bovina melhorou. O ritmo deste mês supera em 16% o de igual período de 2016.

O que assusta os pecuarista, no entanto, são os preços do boi. O Cepea registrou R$ 128,26 por arroba nesta segunda-feira (19). Já o mercado futuro da BM&FBovespa fechou o pregão a R$ 122,95 no contrato de outubro, o mais ativo do mercado. No início do mês, a cotação era de R$ 131,97 por arroba.

CAFÉ

O consumo mundial de café será recorde na safra 2017/18. Estimativas do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) apontam para 157,6 milhões de sacas no período.

Se confirmado esse volume, a taxa anual de crescimento será de 2,58% no acumulado de quatro safras.

O aumento do consumo ocorre em um período de estabilidade da safra mundial, que fica em 159,3 milhões de sacas em 2017/18. Aumento de consumo e safra estável farão com que os estoques mundiais caiam para 34 milhões de sacas, o menor volume desde a safra 2011/12.

A produção do Brasil, líder mundial, cai para 52,1 milhões de sacas, mas essa queda será compensada pelo aumento em outras regiões.

FUMO

Após um início de ano com queda nas exportações, a indústria de fumo começa a ter uma melhora no ritmo neste mês. As exportações de junho poderão atingir 44 mil toneladas, tomando como base o que já foi exportado na primeira quinzena do mês.

Esse volume superaria em 76% o de maio, conforme os dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Em relação a junho do ano passado, quando as exportações ainda mantinham bom ritmo, o aumento será de 5%.

Essa recuperação das vendas externas ocorre devido à nova safra, que volta aos patamares normais. No ano passado, a produção de fumo havia caído 25%, para 540 mil toneladas. Neste ano, volta para 700 mil, de acordo com o Sinditabaco.


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