Folha de S. Paulo


Sem seca, valor de produção da agropecuária sobe

Edson Silva - 6.mai.13/Folhapress
ALTINOPOLIS, SP, BRASIL, 06-05-2013: Plantacao de cafe na regiao de Altinopolis-SP interior de Sao Paulo. Cooperativas cafeeiras existentes na regiao de Ribeirao Preto preveem uma safra maior neste ano que a esperada inicialmente. Cooperativas cafeeiras existentes na regiao de Ribeirão Preto preveem uma safra maior neste ano que a esperada inicialmente. ( Foto: Edson Silva/Folhapress) ***REGIONAIS/MERCADO***EXCLUSIVO***
Plantação de café no interior de SP

O Valor Bruto da Produção de 26 das principais commodities brasileiras deverá atingir R$ 545 bilhões neste ano, 3% mais do que em 2016.

No ano passado, o VBP foi de R$ 528 bilhões, com queda de 2%, em relação a 2015. Os dados são do Ministério da Agricultura, que aponta um valor de produção de R$ 344 bilhões para o setor de lavouras e de R$ 184 bilhões para o de pecuária. Ambos tiveram quedas: 1% e 3%, respectivamente.

José Garcia Gasques, coordenador dessa pesquisa, indica que as principais recuperações de renda neste ano virão de algodão, arroz e feijão. A soja, líder nacional em valor de produção, também apresenta evolução, mas em ritmo menor: 3%.

O feijão, após a forte queda de produção na safra passada, terá um aumento de 57% na renda deste ano. Os produtores da leguminosa vão obter R$ 17,5 bilhões no período.

O mesmo ocorre com milho, cuja safra foi afetada por problemas climáticos em 2016, obrigando o país até a aumentar as importações. O cereal deverá render R$ 53 bilhões neste ano, 28% mais do que em 2016.

A soja reina sozinha, apontam os dados de Gasques. A produção recorde deste ano deverá elevar as receitas dos produtores para R$ 120 bilhões.

Esse valor só não é maior porque a produção mundial de soja é recorde e os preços não devem se sustentar nos patamares de 2015 e de 2016.

Entre as baixas para este ano estão os produtos do grupo pecuária (bovinos, suínos e frango). Na avaliação do Ministério da Agricultura, todos deverão ter queda nos valores acumulados no ano.

CAFÉ

O café também segue tendência de baixa, rendendo R$ 22 bilhões, 12% menos do que EM 2016.

No ano passado, o produto atingiu um valor de produção de R$ 25 bilhões, 19% mais do que em 2015.

O café arábica, cujo preço teve forte elevação devido à falta de café conilon no mercado, rendeu R$ 22 bilhões, 29% mais do que 2015.
Já o conilon, mesmo com a alta nos preços, obteve um valor de produção de R$ 3 bilhões, 13% menos que no ano anterior. Houve queda no volume produzido.

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Na contramão - O relatório de oferta e demanda desta quinta-feira (12) do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) veio na contramão das expectativas do mercado, segundo a AgRural. Houve uma redução da produção da safra 2016/17 para 117,2 milhões. A estimativa anterior para os EUA era de 118,7 milhões.

Algodão - A produção mundial deve ser de 22,9 milhões de toneladas na safra 2016/17. Enquanto a Índia lidera, com 5,9 milhões de toneladas, o Brasil ocupa a quinta posição, com 1,4 milhão.

Mercado - Os dados são do Usda, que aponta forte desaceleração no comércio mundial dessa commodity. Em 2012/13, pelo menos 10,4 milhões de toneladas trocavam de fronteiras. Neste ano, serão 7,8 milhões.

China - Essa intensa redução ocorre porque a China parou de formar estoques e pisou no freio nas importações. Neste ano, os chineses vão comprar apenas 980 mil toneladas, após ter trazido para dentro de suas fronteiras 4,4 milhões em 2012/13.


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