Folha de S. Paulo


Com vendas externas, setor de carnes celebra ano surpreendente

Apu Gomes - 25.mai.2010/Folhapress
SÃO MIGUEL DO IGUAÇU, PR, BRASIL, 25-05-2010: Porcos confinados e biodigestor, ao fundo, na Granja Colombari de suínos, que está vendendo energia elétrica para a Copel (a companhia de energia do Paraná) a partir da produção de biogás produzido com o esterco suíno. (Foto: Apu Gomes/Folhapress, 1481)
Suínos confinados em granja em São Miguel do Iguaçu (PR)

O ano termina melhor do que se previa para o setor de proteínas. Isso graças ao mercado externo, "que está sendo surpreendente", diz Francisco Turra, presidente-executivo da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).

O setor de aves esperava uma evolução modesta de 3% neste ano nas exportações. Deve fechar o período com taxa entre 6% e 8% de crescimento.

Melhor ainda está sendo o desempenho da carne suína. No início do ano, o setor previa crescimento externo de 4% a 5%. Decorridos os primeiros dez meses, as vendas externas já superam em 40% as de igual período anterior.

O bom desempenho brasileiro se deve à conquista de novos mercados e à manutenção das vendas para os tradicionais.

Os chineses mostraram que não estão interessados apenas na soja brasileira. Assim como lideram as compras da oleaginosa no país, subiram para as primeiras posições também na compra de carnes.

O resultado é que o Brasil deverá terminar este ano com exportações próximas de 4,6 milhões de toneladas de carne de frango, e as de carne suína devem superar 700 mil.

Os números ainda são provisórios, mas, pelo desempenho até agora, têm boas chances de se concretizarem, segundo Turra.

As receitas em dólares não acompanharam, no entanto, o ritmo de crescimento do volume exportado. A queda do valor da moeda norte-americana, em relação ao real, inibiu o crescimento das receitas de aves em dólares neste ano.

No setor de suínos, em que o ritmo do volume exportado foi grande, as receitas em dólares deverão crescer 15% no ano.

"Mas ficamos em boa situação nas receitas em reais, o que deu para amenizar a situação restritiva do mercado interno", diz Turra.

"Não tivemos decréscimo nas vendas internas, mas também não vamos crescer", afirma.

O setor de proteínas viveu um período difícil neste ano. A escassez na oferta interna de milho elevou custos, que só agora começam a se equilibrar.

Turra destaca que as importações de milho da Argentina e do Paraguai impediram o desabastecimento do cereal.

Além disso, a má qualidade do trigo em algumas regiões engrossou a oferta de produtos para a produção de ração animal.

Em 2015, as exportações de carne de frango atingiram o recorde de 4,3 milhões de toneladas, enquanto as de suínos foram de 550 mil toneladas, segundo a ABPA.


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