Folha de S. Paulo


Rodízio de produtos faz inflação do agronegócio ficar elevada

Os preços dos produtos agropecuários perderam um pouco de pressão na taxa de inflação neste mês. Mesmo assim, a participação deles nos índices é grande.

O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), após ter atingido correção de 30,8% no acumulado de 12 meses , em junho, ficou em 28,8% em julho, conforme pesquisa do IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado).

É uma taxa bem distante da inflação média de 11,6% acumulada de agosto do ano passado a julho deste ano.

A evolução média dos preços ao produtor se acentuou muito nos dois últimos meses. Vários produtos se revezaram nessa cesta de pressão, não dando trégua aos índices de inflação.

AINDA SALGADOS - Variação dos produtos agropecuários no IGP-M, em %, em 12 meses

Em março, o destaque foi o mamão, que chegou a subir 84% no atacado. No mês seguinte, o foco foi para a laranja, que teve alta de 15,2%.

Em maio foi a vez da batata, acompanhada de milho e de soja. A partir de junho, as pressões vieram forte, com uma cesta variada de produtos. Estiveram na lista das maiores pressões batata, soja, farelo de soja e, principalmente, feijão.

Neste mês que se encerra, o feijão já pesa menos no índice de inflação no atacado, mas surge um novo componente: o leite.

Com isso, o bolso do consumidor não teve folga nos últimos meses, tendo sempre que suportar os custos de um produto na linha de pressão.

Os aumentos de preços no IPA acabam sendo repassados para o consumidor final. Neste mês, o feijão-carioquinha subiu 34% no varejo, enquanto o leite ficou 16% mais caro.

Essa pressão na inflação tende a diminuir nas próximas semanas, uma vez que os preços desses produtos não têm mais espaço para altas tão acentuadas.

Mas o consumidor vai continuar pagando caro, uma vez que a regularização da oferta ainda demora. Sem uma reposição de oferta, os preços ficam em patamares elevados.

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Só com controle A partir de 2017, a rede Walmart só aceitará hortifrútis de produtores inseridos em seu programa de qualificação de fornecedores. O objetivo é auditar, analisar e rastrear os produtos.

Fruto da árvore A produção brasileira de celulose somou 9 milhões de toneladas no primeiro semestre deste ano, 9% mais do que em igual período anterior. Já as exportações subiram para 6,4 milhões de toneladas, 16% a mais.

Mais informado Atuando há dez anos com o projeto "Produtor Informado", o Cecafé (conselho dos exportadores) quer ampliar ainda mais a capacitação de agricultores familiares de café em informática. A entidade fez parceira com a secretaria paulista de agricultura para atingir esse objetivo.


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