Folha de S. Paulo


Rússia quer comprar mais carne suína brasileira

A Rússia volta os olhos para as carnes brasileiras. Os russos reabilitaram oito frigoríficos em um curto período e já avisaram o governo do Brasil que darão um tratamento especial ao país.
Essa busca pela carne brasileira tem um motivo. Questões políticas e doenças reduziram os países fornecedores de proteínas à Rússia.

A reaproximação dos russos com o Brasil é importante, segundo Francisco Turra, presidente-executivo da Abpa (Associação Brasileira de Proteínas Animal).

Os russos conseguem produzir apenas 60% da carne suína consumida e também são dependentes de carnes bovina e de frango.

Embora a Rússia venha buscando a autonomia nesse setor de proteínas, ainda é obrigada a buscar parte da carne consumida na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá e no Brasil, entre outros países.

Danilo Verpa - 21.mai.2009/Folhapress
Suínos, em criadouro em fazenda, em Toledo, no Paraná
Suínos, em criadouro em fazenda, em Toledo, no Paraná

Um dos grandes problemas atuais para os russos é a diarreia suína, uma doença que afeta a produção dos Estados Unidos, do Canadá e do México. Além disso, a animosidade dos russos com os europeus, devido à Ucrânia, dificulta as negociações.

Um outro ponto importante é que a Ucrânia servia para a Rússia como ponte para a entrada de carnes, assim como Hong Kong é para a China. Ou seja, oficialmente russos e chineses não compram carnes de algumas regiões, mas elas podem entrar por esses vizinhos.

Na semana passada, o ministro da Agricultura do Brasil, Neri Geller, teve encontro, em Paris, com Dankert Sergey, do serviço de defesa agropecuária da Rússia.

Nesse encontro, o funcionário do governo da Rússia disse a Geller que o país terá uma necessidade urgente de carnes e que dará um tratamento especial ao Brasil.

A necessidade russa por carnes vem em um bom momento para os produtores e poderá dar mais sustentação aos preços, que estão em queda. O problema é que a oferta interna, principalmente de carne suína, não tem excesso e o ciclo de produção demora 11 meses.

Essa oferta ajustada se deve às dificuldades vividas pelos produtores nos últimos anos. Curiosamente, esse cenário de pouca oferta foi provocado pelos próprios russos, que impuseram barreiras ao produto brasileiro.

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Cenário A demanda externa de carnes está aquecida, segundo Francisco Turra, da Abpa (associação do setor). As exportações de frango -que crescem em volume, mas caem em receitas- devem melhorar a partir deste mês, segundo ele.

Produtor Essa janela nova de oportunidade externa por proteínas, somada à oferta interna sem muito expressão, deverá manter os preços em patamares melhores do que os atuais, segundo Turra.

Troca de informações A Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso) mobilizou 12 mil pecuaristas nos últimos quatro anos nas principais regiões produtoras de carne de Mato Grosso.

Foco O objetivo foi "disseminar informações", afirma José João Bernardes, presidente da associação.

Demandas Esse projeto da Acrimat, que neste ano atingiu o recorde de 4.534 pecuaristas, visa coletar dados sobre infraestrutura, sanidade animal, mercado e problemas na produção.

Mais milho A consultoria INTL FCStone revisou para cima a produção brasileira de milho no país. Os novos dados indicam uma safra de 73 milhões de toneladas em 2013/14.

Mudanças Esse aumento de 1,3 milhão de toneladas, em relação à estimativa de maio, ocorre devido a uma reavaliação da área semeada e da produtividade obtida, tanto na safra de verão como na de inverno.

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Etanol

Preço do combustível volta a subir nas usinas

O álcool hidratado foi negociado a R$ 1,142 por litro nesta quarta-feira (4) para o produto colocado em Paulínia (SP), com alta de 0,9%. Os dados são do indicador de preços da Esalq/BM&FBovespa. Há um mês, o etanol valia R$ 1,156 por litro.

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