Folha de S. Paulo


Ética nos negócios

Todos acompanharam recentemente a prisão do banqueiro André Esteves. Com uma carreira rápida e de muito sucesso, era um exemplo para aspirantes a milionários.

Frequentemente fazia palestras enfatizando a importância da ética nos negócios, aconselhando jovens a escolherem o caminho da honestidade para vencer.

Se as acusações contra ele se confirmarem, o que teria acontecido no meio do caminho?

Mesmo os países desenvolvidos estão cheio de empreendedores e empresas corruptas. Quem não se lembra da Enron, companhia de energia americana que fraudou seus balanços ao esconder dívidas no valor de US$ 25 bilhões?

Essa empresa tinha como política abrir suas portas para pesquisadores de universidades de renome, sendo considerada um modelo para importantes acadêmicos. Vários deles escreveram artigos tendo a atuação da Enron como tema central.

Quando se deu a ruptura ética da Enron? O deslize mais difícil é o primeiro. O segundo dói um pouco menos, o terceiro menos ainda, até que você se acostuma com eles e os incorpora no seu cotidiano.

Portanto, empreendedor, pense bem antes de cometer seu primeiro deslize, para não ter que comer moela de frango na cadeia.

O ambiente no qual o empreendedor se insere tem uma peso fundamental em sua conduta ética. É por isso que um ambiente legal extremamente complexo é perigoso.

É humanamente impossível um empreendedor conhecer e entender completamente o sistema legal brasileiro que afeta o seu negócio. As milhares de leis, regulações e alvarás necessários tornam a tarefa de manter um negócio muito difícil, abrindo espaço para que pessoas corruptas operem.

Se tivéssemos um ambiente legal mais simples, com regras fáceis de compreender e processos ágeis, tenho certeza que a corrupção que afeta os pequenos negócios diminuiria.

E isso não é impossível, veja o que o governo conseguiu fazer implantando o imposto Simples.

Tudo é uma questão de combinar vontade de fazer, espírito crítico e inteligência.


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