O Busch Gardens é parada obrigatória para quem gosta de bichos e vai a Orlando (EUA). Você alimenta girafas, acompanha o adestramento dos leões e conhece o manejo das cheetahs (guepardos). Mas foram os chimpanzés as estrelas da minha última visita.
Lá estava eu, na Reserva Myombe, uma área de 12 mil m² para primatas, quando um dos chimpanzés virou de costas para os visitantes e, lentamente, começou a defecar.
As gargalhadas tomaram o recinto. Mas foram seguidas de gritos quando o animal coletou as fezes, olhou bem para o montinho, separou uma parte e degustou com vontade.
"Deuuuuus! Que nojo!" Nossa reação é normal. Mas ainda mais normal é chimpanzés, besouros, coelhos e cães comerem fezes.
Há casos em que o comportamento foi aprendido das mães, que limpam os filhotes lambendo a região anal. Outros animais iniciam a coprofagia em resposta ao estresse. A maioria deles, no entanto, seleciona a porção das fezes que vai comer, o que sugere que separam apenas alimentos não digeridos.
Não nego que a cena seja repugnante. Mas, quando você der de cara com ela, tente repetir para si que é só uma autêntica manifestação do instinto de sobrevivência. Aff..!
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REGRAS...
Para continuar no mesmo assunto, chama atenção a preocupação dos responsáveis em recolher as fezes dos cães na orla da quase brasileira Miami Beach. Não se pisa em fezes e não se vê ninguém passeando com um cão sem um saquinho verde nas mãos. Em uma cidade tomada por brasileiros, não se pode dizer que é algo exatamente intrínseco ao comportamento das pessoas.
... FISCALIZAÇÃO?
Mas comportamentos podem ser aprendidos e se tornar hábito. Foi o que fez a administração local. Os tais saquinhos estão disponíveis em totens, ao lado de placas que anunciam a multa para quem não recolher as fezes do animal -até US$ 500 (R$ 1.625). Eis o segredo do sucesso: criar a regra e fiscalizar. São Paulo tem uma lei sobre o assunto. Prevê multa de R$ 10. Você conhece alguém que tenha sido multado?