Folha de S. Paulo


Pizza por drone

Domino's/Handout via Reuters
A pizza delivery drone sits with a pizza box underneath before a test flight in Auckland, New Zealand, August 25, 2016. Domino's/Handout via REUTERS ATTENTION EDITORS - THIS IMAGE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY. EDITORIAL USE ONLY. NO RESALES. NO ARCHIVE. ORG XMIT: SYD98
Demonstração de entrega com drone de pizza da rede Domino's na Nova Zelândia

RIO DE JANEIRO - Não ria, mas a entrega de pizzas nas noites de sexta e sábado é um problema para as grandes cidades. Em nome do conforto das famílias, os motoboys das pizzarias tomam as ruas com a preciosa carga, infernizam o trânsito, comprometem o ambiente com seus canos de descarga e neurotizam os motoristas fazendo bibibi. Sei bem que, diante do prazer que as pizzas proporcionam, seus consumidores fazem vista grossa a isso e ao despropósito de se comprometer um veículo de 200 kg para transportar um pacote de 2 kg.

Mas a tecnologia se preocupa. Nos anos 1990, quando o fax era a última palavra em transmissão de textos e imagens, cogitou-se usar o aparelho para transmitir pizzas. Naturalmente, era impossível. Mas o conceito se revelou praticável há alguns anos, quando a Nasa anunciou a existência de máquinas capazes de imprimir comida em 3D e transmiti-la à distância. O primeiro prato a ser criado, para astronautas em missões de longo alcance e duração, seria a pizza. Ainda não se sabe se deu certo, porque a Nasa é avara em revelar o resultado de suas experiências.

Agora, graças à Amazon e ao Google, são os satélites que trazem uma solução nova: a entrega por drone. Pede-se a pizza pelo celular; ela é acomodada num drone equipado com GPS e, em poucos minutos, chega, fofa e quentinha, à porta do prédio ou casa do cliente. Pode-se recolhê-la já de guardanapo ao pescoço. Não congestiona as ruas, não polui, não faz barulho e deixa um perfume de orégano no ar.

Mas há alguns inconvenientes. As autoridades não gostam que os drones voem à noite. A fiação aérea nas cidades não é favorável a objetos que voam baixo. E há ainda o risco de colisão com corujas e morcegos.

Mas, pelo menos, 59 anos depois do Sputnik, ficamos sabendo para que se inventou o satélite. Para acabar em pizza.


Endereço da página:

Links no texto: