Folha de S. Paulo


O que fazer com o seu dinheiro

Todo ano é a mesma coisa. Quando chega dezembro, eu procuro meus assessores financeiros e consultores de investimento para saber a melhor maneira de aplicar meus recursos extras, como 13º salário, gratificações, participações em lucros, restituição de imposto de renda e outros eventuais cascalhos que possam pintar.

Só que neste ano não pintou quase nada. E o que sobrou das minhas economias não dá nem para encher uma malinha de mão, dessas que a galera usa para transportar propina. Na verdade, não dá nem para encher uma mochila, e nem mesmo uma pochette ou uma capanga.

Então, para variar, decidi não consultar meus experts em investimento. Dessa vez pedi umas dicas a um amigo especialista em artesanato, trabalhos manuais e bricolagem.

Reinaldo Figueiredo/Folhapress

Como ele sabe que meu perfil de investidor não é "moderado" e nem "agressivo", muito pelo contrário, é "conservador encagaçado", ele sugeriu pegar leve e, para começar, deu uma dica: fazer umas bolas para o meu gato brincar.

Outra sugestão, um pouco menos conservadora, foi fazer uns aviõezinhos e dar para meu filho ficar jogando pela janela. Essa ideia ele admitiu que tem mais a ver com um perfil "agressivo porra-louca".

Uma outra ideia, que achei mais interessante, foi usar o meu dinheiro na confecção de uma máscara de carnaval, o que também elimina o problema de gastar dinheiro comprando uma fantasia. Acho que vou optar por esse tipo de investimento e sair por aí com a minha máscara, pulando em todos os blocos e trios elétricos que eu puder. Como dizem meus consultores financeiros, o importante é não deixar o dinheiro parado.


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