Folha de S. Paulo


À espera do pagamento

O Prêmio Paraná de Literatura, promovido pela Biblioteca Pública do Paraná (BPP) desde 2012 e voltado a obras inéditas, ainda não pagou as três vencedoras da edição de 2014 nem a empresa que fez o projeto gráfico.

No total, são R$ 135 mil devidos, sendo R$ 40 mil para cada uma das ganhadoras –Vanessa Barbara, pelo romance "Operação Impensável"; Adriana Griner, pelo livro de contos "No Início"; e Sônia Barros, pelos poemas de "Fios"– e R$ 15 mil para a empresa Retina 78.

A biblioteca informa que parte da premiação foi honrada –uma referência aos mil exemplares de cada livro que foram rodados, tiragem da qual as agraciadas receberam cem cópias cada uma; o restante foi distribuído em bibliotecas. Segundo a instituição, falta receber os repasses da Secretaria da Fazenda do Estado para realizar os pagamentos –que deveriam ter sido realizados em dezembro, dentro do orçamento de 2014.

Passando por sua pior crise, o governo de Beto Richa (PSDB) no Paraná deve cerca de R$ 1,6 bilhão a fornecedores, mas se comprometeu a pagar até o fim de maio dívidas inferiores a R$ 150 mil. A Biblioteca Pública do Paraná espera entrar nessa leva. E aguarda o repasse para dar início à edição de 2015 do prêmio, que vinha se firmando entre os mais importantes do país.

MADE IN PARAÍBA

Há quatro anos, o editor Carlos Roberto de Oliveira se empenha em publicar a produção de escritores de sua terra natal, a Paraíba. A editora Patmos, sediada em João Pessoa, tem autores de renome como José Lins do Rego e Ariano Suassuna, mas são exceção. O grosso do catálogo é composto por nomes de pouco alcance nacional.

Para 2015, estão previstas obras como "Zé Limeira Existiu", de Astiê Basílio –que encontrou "evidência de vida" sobre o repentista que, para muitos, não passou de uma criação do escritor Orlando Tejo.

Haverá ainda nova edição do ensaio "Dom Sertão, Dona Seca", de Otávio Sitônio Pinto, que para o editor "ombreia na parte técnica com 'Os Sertões'", de Euclydes da Cunha.

Com todas as dificuldades dos editores independentes, Oliveira batalha para vencer barreiras –70% de sua produção fica na Paraíba, 20% vai para o resto do Nordeste e só 10% chega ao resto do país.

NA HOLANDA, DEUS É BRASILEIRO

O livro holandês "Deus É Brasileiro", de Harrie Lemmens, teve os direitos adquiridos no Brasil pela editora Zouk. Lemmens, o principal tradutor de português vivo na Holanda –verteu, entre outros, Machado de Assis, João Ubaldo Ribeiro, Daniel Galera e Luis Fernando Verissimo– escreveu o livro a partir de viagens que fez a várias cidades brasileiras e da amizade com escritores como Ubaldo e Verissimo, que o hospedaram em suas casas.

A obra fez sucesso ao ser publicada na Holanda, no começo do ano passado, por fugir dos clichês sobre o Brasil ao abordar quem são e o que pensam escritores e intelectuais do país.

Quem inspirou o título foi Verissimo, que usara a expressão num evento em Amsterdã.

Formação A Casa da Educação, da editora Segmento, sediará a partir de julho, em São Paulo, um MBA em edição de livros com reconhecimento do Ministério da Educação. As inscrições começam no próximo dia 27.

Formação 2 O "MBA em Book Publishing: a Edição de Livros em Papel ou Não" terá coordenação de Jiro Takahashi, editor da Nova Aguilar, da Global, e do consultor Carlo Carrenho, do site Publishnews –apoiador oficial do curso. Com aulas aos sábados e duração de um ano, terá custo total de R$ 16 mil.

Poesia "Pig Brother", poema de quase cem páginas, num cenário urbano caótico, e "mínima mímica", com poemas curtos a partir de experiências com o zen-budismo e viagens pelo Brasil, serão lançados por Ademir Assunção em junho, pela Patuá.

Poesia 2 Escritos nos últimos anos (ou décadas, no caso de "mínima mímica"), são os primeiros livros de Assunção desde que venceu, em 2013, o Jabuti por "A Voz do Ventríloquo" (Edith).

Afetos O boliviano de ascendência palestina Rodrigo Hasbún, um dos melhores jovens autores em língua espanhola segundo a "Granta", teve os direitos de seu segundo romance adquiridos pela Intrínseca. "Los Afectos", sem data definida, trata de uma família de alemães que migrou para a Bolívia após a guerra, na qual o pai colaborou com os nazistas.

Afetos 2 Também roteirista, vivendo no Canadá, Hasbún costuma dizer que não pensa em ganhar dinheiro com a escrita. "Não tenho aspiração econômica nesse sentido. Não quero depender economicamente deles", disse à revista "Ñ", em 2012.


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