Folha de S. Paulo


Corinthians e Ponte Preta conseguem vitórias improváveis no Paulista

O São Paulo comemorou não ter sofrido gol em quatro jogos seguidos, mas bastou voltar a fazer jogos contra adversários fortes para sua defesa tornar-se uma peneira. Dois pelo alto contra o Cruzeiro. Contra o Corinthians, Rodriguinho fez o passe perfeito pelo meio da defesa, para Jô finalizar.

Jô marcou seis gols e é o goleador do Corinthians neste ano. Quatro deles em clássicos. Mais impressionante, apenas o desempenho defensivo do Corinthians. De quarta força do Estado, o Corinthians passa a candidato ao título estadual, numa possível final contra a Ponte Preta.

Há méritos inquestionáveis. Carille passou as últimas semanas pedindo mais cuidado com o passe. Ele aponta para a quantidade de passes simples desperdiçados. Ontem, seu time terminou o primeiro tempo com 90% de acerto. Índice muito mais aceitável do que os 64 passes errados, 19% errados, contra o Internacional.

São poucos os cuidados necessários para transformar um time sem graça numa equipe forte. O time se posiciona bem defensivamente, desarma, protege-se, não sofre gols com o adversário invadindo sua grande área. Dos onze gols sofridos, sete foram de bola parada e dois de fora da área.

A principal evolução precisa ser o passe.

A queda no segundo tempo, depois de fazer 2 x 0 com Rodriguinho, teve a ver justamente com o aumento do número de passes errados. O São Paulo chegou com Luiz Araújo, Maicon obrigou Cássio a espalmar uma cobrança de faltas e o Corinthians ficou mais parecido com a equipe insossa da fase de classificação.

Mas é forte. A vitória sobre o São Paulo, no Morumbi, quebra uma pequena sequência de quatro clássicos sem vencer na casa tricolor. Encaminha a classificação para a decisão do Campeonato Paulista. Para quem começou o ano em crise e tachado de quarta força do Estado, a situação atual não é ruim.

A FORÇA DA GRANA

O time mais caro não é, necessariamente, o melhor. Se você duvida, o jogo Ponte Preta 3 x 0 Palmeiras confirma. É simplista dizer que a Ponte entrou ligada e o Palmeiras desligado. Só serve como explicação parcial se juntar à estratégia definida pela equipe de Campinas.

Gílson Kleina não tinha o lateral-direito titular, Nino Paraíba, machucado. Escalou Jéferson e escalou o meia Jádson por dentro, para abrir o corredor que Dudu deixaria livre, sem marcar de maneira suficiente.
Não marcou mesmo.

Aos 37 segundos, a bola roubada virou contra-ataque até o chute de Jádson. No segundo rebote de Fernando Prass, sobrou espaço para Jéferson finalizar. William Pottker fez 1 x 0.

O lado direito seguiu sendo a melhor opção. A Ponte Preta tinha duas linhas de quatro homens (veja ilustração), com Pottker voltando para fazer o pivô e Lucca infiltrando-se em diagonal. Pottker é finalizador, mas não é só isso.

Veio ainda o terceiro gol, de Jéferson, usando o mesmo espaço sem marcação, depois do escorregão de Zé Roberto.

Na Ponte, atenção a Clayson, o segundo atacante, número 7. E o volante Fernando Bob.

A chance do Palmeiras é ser o time dos gols depois dos 50 minutos. Só por isso dá para acreditar.

A QUEDA

O Barcelona jogou muito mal contra a Real Sociedad, no sábado. O Real Madrid quase perdeu para o Sporting Gijón, mas venceu com reservas. Na semana da Champions e do clássico, o Barcelona vive seu pior momento das últimas nove temporadas, desde a queda de Rijkaard.

O INGLÊS

José Mourinho ajudou o Manchester United a vencer o Chelsea por 2 x 0 e equilibrou o Campeonato Inglês. O Tottenham persegue o líder quatro pontos atrás. Mas fará quatro jogos fora de casa e clássicos em casa contra o Manchester United e Arsenal. Chelsea será o vencedor.


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