Folha de S. Paulo


Partida entre Palmeiras e Flamengo tem cheiro de decisão do Brasileiro

Cinco dos sete gols do Palmeiras no segundo turno foram frutos de jogadas de bola parada. No campeonato, 15 dos 42 aconteceram assim. É recorde no Brasileirão –35%. Não é coincidência, porque Cuca trabalha a cada partida de acordo com o que vai encontrar.

"O Matheus Ferraz vai ficar aqui, o Durval ali..." Deu para ouvir no treino antes do jogo contra o Sport, no primeiro turno. A maior parte das sessões é fechada.

Ser bom nesse tipo de jogada não pode ser desculpa para levar perigo apenas assim, como no primeiro tempo contra o Grêmio. Se não fosse o goleiro Jaílson, o Palmeiras perderia em Porto Alegre. Mas numa bola parada, Dudu chutou na trave aos 35 min do segundo tempo.

É por isso que cada falta perto da grande área tem cheirinho de gol para os palmeirenses.

Rodrigo Rodrigues/Flickr-Gremio/Divulgação
RS - FUTEBOL/CAMPEONATO BRASILEIRO 2016/GREMIO X PAMLEIRAS - ESPORTES - Lance da partida entre Gremio e Palmeiras disputada na manhã deste domingo, na Arena, válida pelo Campeonato Brasileiro 2016. FOTO: RODRIGO RODRIGUES/GREMIO FBPA
Gremista Douglas e Zé Roberto, do Palmeiras, disputam bola durante partida do Brasileiro

No Rio, só se fala sobre o cheiro do possível heptacampeonato do Flamengo.

Na 15ª rodada, em junho, o Palmeiras tinha oito pontos de vantagem sobre os rubro-negros. Hoje tem apenas um. O Fla tem quatro vitórias seguidas, duas a menos do que conseguiu no ano passado, quando sua torcida criou outro bordão: "Deixou chegar!" Referiam-se à vaga na Libertadores. Não chegou.

O resultado de ontem foi melhor do que o desempenho, mas é justo lembrar que Cuca sempre escalou de acordo com a circunstância de cada partida e de cada rodada. Segunda-feira passada, Fernando Prass também declarou que a sequência de cinco jogos decisivos deveria ser avaliada de acordo com cada rival. Empatar com o Flamengo significaria tirar dois pontos do rival mais próximo.

Fundamental é manter a liderança depois da sequência de pedreiras. Por enquanto, o Palmeiras está conseguindo isso.

Não dá para ser brilhante com cinco clássicos seguidos e olhando Flamengo e Atlético no retrovisor. O Palmeiras de Cuca já foi mais criativo. Nunca mais competitivo.

Quem vencer na quarta-feira não será campeão. Pode haver virada depois, é claro. Mas o cheiro de decisão é tão forte a ponto de Moisés dar um chega para lá em Gabriel Jesus aos 15 minutos para evitar que tomasse o terceiro cartão amarelo que o tiraria do jogo contra o Flamengo na quarta.

O músculo adutor da coxa foi mais traiçoeiro do que o cartão. Gabriel Jesus sentiu no segundo tempo e fará exame detalhado nesta segunda-feira.

Impossível garantir, mas o abuso contra o São Paulo, com escalação depois da viagem de Manaus, pode provocar a ausência na partida mais decisiva.

No Allianz Parque, com a Mancha Verde presente no Gol Sul –a punição do STJD foi ridícula e pode provocar brigas de palmeirenses contra palmeirenses– o Palmeiras pode ser mais letal.

Marcar no campo de ataque, agredir a saída de bola do rival e definir em jogadas rápidas.

O Flamengo jogará no seu mesmo estilo. Hoje tem seis titulares diferentes do primeiro turno, quando Cuca escalou Tchê Tchê como marcador de Rodinei pelo lado esquerdo.

Editoria de Arte/Folhapress
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A definição perfeita sobre o empate deste domingo no Sul foi do bom zagueiro Vítor Hugo: "No ruim, no ruim, o Palmeiras saiu daqui com um ponto." Saiu.

Contra o Flamengo é parecido. Empatar não é ruim. Mas vencer significará jogar para baixo o rival deste momento para ser campeão.

NA LUTA

É a terceira visita seguida do Corinthians à Vila Belmiro com derrota. E mesmo sem Lucas Lima, Ricardo Oliveira e Victor Ferraz.

O Santos caiu de rendimento no segundo turno, mas é impressionante ser o quinto colocado do Brasileirão jogando só três partidas com todos os titulares.

DE SAÍDA

Vencer o confronto contra o Figueirense e contar com a derrota do Internacional foi ótimo para o São Paulo.

O novo presidente do departamento de futebol, Marco Aurélio Cunha, quer despertar lideranças. Não pode ser só Lugano nem apenas Maicon. Existe talento escondido.


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