Folha de S. Paulo


A história é santista

Tchê Tchê fez a jogada do gol de Mike, para o Audax, como lateral direito. Recém-contratado pelo time do Palmeiras, ele veste a camisa 2, fecha a linha defensiva como lateral, mas não é exclusivamente dessa posição. No primeiro tempo, viu-se Tchê Tchê ora como lateral, ora entrando em diagonal e chegando à meia esquerda.

Polivalência é a marca do Audax, tanto quanto a troca de passes e os chutes de fora da área.

É o time do Estadual com mais gols de longa distância. Foram cinco, que ajudaram a vencer o São Paulo nas quartas de final e o Corinthians na semifinal.

Curiosamente, o gol de empate do Santos nasceu de uma das características típicas da equipe do Audax: o chute de longe.

Estatisticamente, o Paulista exige 63 tentativas para nascer um gol de cruzamento, índice apresentado pelo site Footstats.

Os tiros de fora da área exigem menos: um gol a cada 25 tiros. O Santos havia cruzado 14 vezes quando resolveu chutar: gol de Ronaldo Mendes. Justamente do homem que só jogou porque a estrela, Lucas Lima, saiu machucado.

Campinho PVC 2.mai.2016
Campinho PVC

Quando fez 1 x 0, o Audax tinha 58% de tempo de bola no pé. O Santos sofreu com o estilo do rival e usou lançamentos longos para incomodá-lo no primeiro tempo.

O campeonato mostrou o time de Dorival Júnior mais à vontade com os passes curtos.

Só melhorou na segunda etapa, quando percebeu ser mais fácil atrair o adversário e contra-atacar com toques rápidos.

Poderia ter feito o gol antes do Osasco, se Gabriel estivesse com melhor pontaria. Por três vezes, Gabigol chegou frente a frente com o goleiro Sidão e chutou mal.

Gabriel não foi o único caso de má pontaria na decisão. Mike quase fez o segundo gol aos 23 minutos.

É o jogador do Audax que mais une talento e experiência. Foi reserva do Internacional e titular do Sport em partidas de campeonatos brasileiros. É provável que retorne a Porto Alegre para o Campeonato Brasileiro.

Se fizesse o segundo gol, Mike deixaria a situação do Santos delicadíssima. Teria de vencer o jogo de volta e passar a semana tratando a lesão de Lucas Lima, que deixou o gramado machucado aos 18 minutos da segunda etapa.

Com o empate, o Santos terá no próximo domingo uma situação bem melhor do que a vivida contra o Ituano, dois anos atrás.

Daquela vez, o meia Cristian marcou o gol da vitória do clube de Itu na primeira final. O santista Cícero fez 1 a 0 no segundo jogo, mas os pênaltis definiram a viagem do troféu para o interior do Estado.

Aquela final aconteceu no estádio do Pacaembu. A grande diferença desta vez chama-se Vila Belmiro. São cinco anos e 41 partidas de Campeonato Paulista sem derrota do Santos em seu estádio.

Ao todo, 34 vitórias e 7 empates desde 5 de abril de 2011, quando caiu contra o Palmeiras, no mesmo ano em que foi bicampeão.

A Vila Belmiro não joga, mas o Santos sabe como atuar lá dentro. Neste Estadual, o técnico Dorival Júnior dirigiu o seu time no alçapão sete vezes. Empatou duas, ganhou cinco, e três dos triunfos tiveram dois gols de diferença —contra Corinthians, Ferroviária e São Bento. Com o placar de ontem, basta fazer 1 a 0.

O retrospecto indica que o Santos será campeão paulista pela 22ª vez no próximo domingo.

O INCRÍVEL NENÊ

O Botafogo foi melhor do que o Vasco na maior parte do clássico da reabertura do Maracanã. Não venceu por erros de finalização e por causa de Nenê. O meia do Vasco é líder de assistências do Carioca: deu o 7º passe para gol na competição.

POUPADOS

O Atlético Mineiro só poupou Pratto e Júnior Urso dos titulares da Libertadores. Perdia e tinha desvantagem capaz de encerrar o jejum de 15 anos do América. Foi justamente Pratto quem entrou no final do jogo para deixar o Atlético vivo.


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