Jogar contra o Goiás fora de casa, na última rodada do Brasileirão, e vencer por 1 a 0 já trouxe emoções mais fortes para os são-paulinos. Da última vez, em Brasília, o gol de Borges garantiu a vitória magra, pelo mesmo placar. Em 2008, o resultado confirmou o tricampeonato brasileiro. Faz sete anos.
Neste ano em que o São Paulo fez quase tudo errado, terminar com o gol de Rogério e classificar-se para a Libertadores não é tão ruim. Mesmo que seja menos do que se esperava.
A vaga no torneio continental precisa funcionar como uma oportunidade para não se desperdiçar. O São Paulo tem obrigação de aproveitá-la e começar 2016 com planejamento para voltar a ser campeão.
Do time que começou o ano em seu jogo mais importante, contra o Corinthians, em Itaquera, sete jogadores foram diferentes na vitória de ontem em Goiânia. Os quatro titulares iguais foram o lateral Bruno, o atacante Alan Kardec, o meia Ganso e Michel Bastos, lateral-esquerdo no clássico de fevereiro, ponta-esquerda contra o Goiás.
Nem o sistema tático nem o técnico, nada ficou igual. Não pode dar certo. Pela primeira vez na história, o São Paulo teve quatro treinadores no ano. A conta inclui Milton Cruz, sabidamente interino na reta de chegada. Mas mesmo contando apenas três treinadores, é impossível encontrar esse registro na história são-paulina.
Em fevereiro, as esperanças eram Rogério Ceni, Luís Fabiano, Ganso e Pato. O miolo de defesa tinha Rafael Toloi e Dória, o zagueiro canhoto que Muricy Ramalho tanto desejava. Os dois foram embora.
A proteção era feita por Denílson e Souza, ambos negociados para o exterior. Na última rodada, a percepção é a de que Thiago Mendes é o único jogador que se salva.
É óbvio que os problemas políticos e a absurda gestão de Carlos Miguel Aidar têm tudo a ver com o ano sem títulos. Mas houve falhas também no trabalho com o time. Em janeiro havia quem pensasse que o São Paulo era o elenco mais completo do país.
Aquele elenco não virou time, mudou de sistema, de técnico, de presidente...
Editoria de arte/Folhapress | ||
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O São Paulo termina o ano sem troféu, enquanto o Santos tem o Campeonato Paulista, o Corinthians tem o Brasileirão e o Palmeiras conquistou a Copa do Brasil. Desde 1966, quando Corinthians e Santos dividiram a taça do Rio-São Paulo e o Palmeiras ganhou o Paulista não acontecia de o clube do Morumbi ser o único dos quatro gigantes sem troféu.
Melhorar exige planejar. O São Paulo não dá esse sinal, por enquanto. Já sondou Jorge Sampaoli, conversou com Diego Aguirre, pensou em convencer Juan Carlos Osorio a voltar ao Morumbi, depois da renúncia de Aidar. Nada disso se concretizou. Não há um nome de consenso para ser o técnico nem dinheiro para pagar o que outros clubes pagam de salários.
Sem o técnico, é difícil ir ao mercado para contratar novos jogadores. As divisões de base podem revelar bons valores, mas não suficientes para jogar a Libertadores no nível que o São Paulo exige.
A única boa notícia do ano é a vaga no torneio continental. Isso deu certo, apesar de fazer tudo errado.
Há onze meses, falava-se que o São Paulo tinha chance de ser o clube do ano e o Santos de brigar para não cair, porque tinha dívidas até com a floricultura. Aconteceu o inverso.
Não há ainda nenhum sinal de reação.
Mas o destino ofereceu uma chance. Agora é preciso aproveitá-lá.
ELEIÇÃO
Muricy será o técnico se Eduardo Bandeira ganhar a eleição. Sampaoli pode ser o treinador se Wallim Vasconcelos for o presidente. No Flamengo, hoje acontecerá a primeira eleição para técnico da história do Brasil.
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Desde 2009, o Palmeiras não terminava o ano acima do décimo lugar. Os gols de Dudu e Vitor Hugo valem muito menos do que o título da Copa do Brasil. Mas o Palmeiras está mais perto de onde deve estar no Brasileirão.