Quase termina em briga um voo que partiu de São Paulo a Brasília, na noite de domingo, e que levava o deputado Paulo Pereira da Silva (SDD-SP) e o deputado Beto Mansur (PRB-SP), primeiro-secretário da Câmara, à capital. Os dois estão entre os principais articuladores do impeachment de Dilma Rousseff.
O protesto foi organizado por bancários do Banco do Brasil que viajavam a Brasília."Faltou pouco para o tempo fechar", afirma Beto Mansur.
Num primeiro momento, o alvo era apenas o deputado Paulinho da Força. Um dos passsageiros se levantou e começou a dizer que ele era o "Paulinho da Farsa Sindical". Outro filmava. Nos fundos da aeronave, um grupo começou a gritar "golpistas, fascistas, não passarão".
O deputado Mansur, que não tinha sido reconhecido até então, se levantou para cumprimentar e defender Paulinho. "Eu estava sentado na primeira fileira. Tinha uns caras do meu lado, eu vi um negocio escrito `Fora Temer' nos cadernos deles, mas não falei nada. Mas, quando começaram a agredir o Paulinho, acabei me insurgindo porque estavam todos contra ele", diz Mansur.
Segundo o parlamentar, Paulinho da Força estava calado, lendo uma revista. "Eu vi o Paulinho ali, sozinho, e fui defendê-lo."
Mansur se levantou e começou também a gritar. "Vocês é que são golpistas". E ouviu de volta: "Ladrão. Corrupto. Fascista". Mansur afirmava que tinham derrubado o governo "com 367 votos" e que "a Dilma é que deu o golpe".
Uma aeromoça tentou interferir. "Eu não vou sentar. Pode chamar a polícia que quiser", disse Mansur, segundo relato dele mesmo. Ele acabou se acomodando na poltrona novamente. Mas por pouco tempo. "Começaram de novo, eu levantei e defendi o Paulinho outra vez", relata.
Já Paulinho da Força seguiu calado até o fim da viagem.