Folha de S. Paulo


Professora da PUC aceita convite de Temer para Direitos Humanos

A procuradora e professora Flavia Piovesan aceitou o convite de Michel Temer e assumirá a Secretaria de Direitos Humanos do Ministério da Justiça.

"Eu me sinto no dever de contribuir para o fortalecimento da causa e para evitar recuos e retrocessos num momento tão delicado da história do país", afirma ela, que dá aula de direito constitucional e direitos humanos na PUC de São Paulo.

Piovesan foi assistente de Temer na pós-graduação da faculdade e é amiga da família dele.

O convite foi feito por uma das filhas do presidente interino.

Alunos dela na PUC divulgaram cartas pedindo que a professora recusasse o convite por considerarem o governo "golpista". Ela diz que respeita "muito os alunos", mas que tem um "vínculo histórico com a causa" e por isso decidiu aceitar.

"Eu pessoalmente tenho profunda admiração pela presidente Dilma Rousseff, mas, como professora de direito constitucional, digo que o impeachment não é um golpe. Tem enquadramento constitucional em relação ao crime de responsabilidade, que é de natureza política, cabendo ao Supremo Tribunal Federal o exame da lisura do procedimento. A corte não absolve nem condena justamente porque o julgamento é de natureza política."

Ela afirma que não tem vinculação partidária e que "o meu vínculo é com a causa. O que eu puder fazer para não permitir retrocessos eu farei. Eu testemunhei passo a passo a questão da institucionalização dos direitos humanos no país, desde a criação da secretaria, no governo de Fernando Henrique Cardoso, até agora".

Piovesan cita ocupantes do cargo nos governos de FHC, Lula e Dilma e diz que é amiga e admiradora de todos.


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