Folha de S. Paulo


OAB-DF ameaça negar carteira de advogado a Joaquim Barbosa

O presidente da OAB-DF, Ibaneis Rocha, deu parecer negando o pedido de Joaquim Barbosa para reativar a carteira de advogado.

Sem ela, o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) não pode exercer a profissão. Ele não pretende atuar na defesa de acusados, mas sim elaborar pareceres jurídicos.

"Eu não acredito que a OAB tomará, em caráter final, uma decisão tão arbitrária. Ainda há juízes e leis no Brasil", declarou Barbosa à coluna.

A decisão de Rocha ainda será submetida à comissão de seleção da entidade, que pode seguir ou não a sua orientação.

O presidente da OAB-DF chega a dizer que o ex-ministro não atende ao requisito de "idoneidade moral" e alega que, no STF, ele teria demonstrado desapreço à categoria.

Rocha cita frases do ex-magistrado para tentar confirmar a sua tese. Em maio de 2013, ele afirmou: "Mas a maioria dos advogados não acorda lá pelas 11 horas mesmo?". Outra afirmação transcrita foi feita por Barbosa em março de 2013: "Esse conluio entre juízes e advogados é o que há de mais pernicioso".

O presidente da OAB diz ainda que o ex-ministro foi alvo de atos de repúdio por ter, sempre no entendimento da ordem, prejudicado a atuação de dois advogados.

Um deles era José Gerardo Grossi. Quando ele ofereceu trabalho para o petista José Dirceu, condenado no mensalão, em seu escritório, em Brasília, Barbosa indeferiu e disse que via na iniciativa uma ação entre amigos.

Em outro episódio, o então ministro acusou Maurício Corrêa, também ex-presidente do Supremo, de fazer pressão indevida sobre a corte em defesa de causas nas quais trabalhava.


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