Folha de S. Paulo


Preço médio em supermercados cai mais que o previsto em novembro

O preço médio dos produtos em supermercados caiu 0,85% em novembro. Com isso, a inflação nas gôndolas acumulada neste ano é de 7,36%. O número é da Apas, associação do setor.

"Esperávamos uma diminuição de valores ao redor de 0,10%, e veio um número muito mais baixo que esse", afirma Rodrigo Mariano, economista da Apas.

O peso dos alimentos no indicador é grande, cerca de 80%, e eles foram os principais responsáveis pela variação negativa no mês.

Nessa época do ano, é normal que haja mais oferta de não processados, como frutas, verduras e legumes, e que isso derrube os preços.

A dimensão da queda desses produtos foi incomum: 3,64%. O preço do tomate teve diminuição de 26,86%, o feijão, de 15,19%.

Houve também ligeira redução dos itens industrializados, como refrigerantes, cuja demanda sofre mais com restrições de orçamentos das famílias consumidoras, segundo o economista.

Nos cálculos da entidade, em dezembro não deve haver flutuações significativas, e o índice deve encerrar o ano perto dos 7,36% atuais.

O valor é mais alto que a expectativa de inflação do IPCA pelo Boletim Focus —na última informação divulgada, o número era de 6,49%.

O dado de novembro do IBGE, um aumento de 0,18%, também surpreendeu.

Itens como comunicação puxam o IPCA para baixo. O custo da alimentação em casa tem alta acumulada maior no mercado em geral que nos supermercados: 9,42%.

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SACOLA DE COMPRAS - Queda nos preços nas gôndolas, em %

Índice de preços nos supermercados

Janeiro a novembro: 7,36%

Em 12 meses: 9,15%

Em novembro: -0,85%

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Baixe a bula

A rede de farmácias Onofre vai investir em vendas on-line para crescer em 2017, segundo a diretora-geral, Elizangela Kioko. Hoje, o comércio virtual representa metade da receita da companhia.

Além de desenvolver uma nova plataforma para as vendas, que deverá ser lançada no fim do ano, a companhia planeja ampliar sua estrutura de distribuição -o valor do aporte não foi revelado.

A empresa tem três centros voltados exclusivamente à entrega de produtos comprados pela internet. Em 2017, dois deles, em São Paulo e no Rio, serão trocados por unidades maiores.
Em 2016, a Onofre fechou 12 lojas físicas e abriu oito unidades.

O saldo negativo faz parte da adaptação que a empresa vive desde 2013, quando foi comprada pela americana CVS Health.

Desde então, foram fechados pontos de venda menores e endereços foram reavaliados, diz Kioko.

"Este ainda foi um ano de reestruturação, não tínhamos expectativa de crescimento, mas, em 2017, projetamos um aumento de 20% da receita acima da inflação." A empresa não abre seu faturamento.

37
são as lojas da rede, que atua em São Paulo, Rio e Minas

4
são os centros de distribuição

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Sabesp investe R$ 53 milhões para ligar os 'gatos' à rede

Por meio de parcerias com empreiteiras especializadas em água e esgoto, a Sabesp vai investir R$ 53 milhões em infraestrutura em áreas onde há ligações ilegais.
A companhia de saneamento usa um contrato que determina que ela só paga de acordo com o resultado.

"No primeiro momento, a Sabesp não investe. Ela vai remunerar as contratadas pelo volume medido nos hidrômetros de cada residência que for conectada à rede", afirma Maycon de Abreu, gerente de planejamento.

As ligações piratas de água e esgoto representam cerca de 10% do total da Grande São Paulo, que é a região contemplada por esse plano.

A estatal fez oito contratos, e as empresas que trabalham para ela começaram as obras em fevereiro deste ano, mas só serão remuneradas a partir de 2017, quando os resultados do programa começarem a ser computados.

O pagamento acontecerá durante três anos.

Esse modelo já foi usado pela Sabesp para contratos de reparos em vazamentos.

A companhia fechou com companhias que estivessem dispostas a fazer obras de reparos e, à medida que verificava diminuições nas perdas de água, remunerava as empresas. Foram R$ 145 milhões investidos nesses negócios.

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Pincel seco

A venda de tintas no país deverá cair 8,8% em 2016 na comparação com 2015. Será o terceiro ano consecutivo de retração, segundo a Abrafati (que representa a indústria).

"Foi o pior ano já registrado. Todos os segmentos foram mal", diz Dilson Ferreira, presidente da associação.

Além da retração nos segmentos automotivo e imobiliário, a oscilação cambial também teve impacto negativo.

"Com a desvalorização do real, fomos obrigados a repassar custos e diminuir margens", afirma Flavio Maluf, presidente da Eucatex.

O ano também foi difícil para a Anjo Tintas, que precisou cortar funcionários, mas conseguiu aumentar a receita em 7%, diz o diretor-presidente Filipe Colombo. O destaque foi a venda para repinturas do setor automotivo.

"É um mercado que vai melhor quando a venda de veículos novos diminui", afirma.

SETOR DESBOTADO - Estimativa de litros de tinta vendidos por segmento em 2016, em milhões, e variação em relação a 2015, em %

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À francesa

A Onet, responsável pela manutenção e segurança do Museu do Louvre, adquiriu o controle da prestadora de serviços carioca SM21. O valor da transação não foi divulgado.

Será a primeira operação brasileira do grupo francês, que faturou € 1,64 bilhão (R$ 5,7 bilhões) em 2015.

Com 1.100 funcionários, a SM21 é responsável por serviços como a jardinagem no Jardim Botânico e a manutenção da Fiocruz.

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Havana... A marca argentina de alfajores Havanna deverá ampliar sua presença no Nordeste, com lojas em Maceió, Fortaleza e João Pessoa.

...nordestina Em 2017, estão previstas 30 novas franquias no país, com aporte de R$ 400 mil em cada. Dez delas ficarão em livrarias Saraiva.

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Hora do Café

com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI


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