Folha de S. Paulo


Mãe, século 21

Filhos são sempre a alegria e a preocupação maior de todas as mães.

Mas, no mundo de hoje, é raro sentir-se plena somente com o exercício da maternidade. Nem dá, pois a maioria dos lares de classe média necessita de dois salários. O mundo real da pobreza obriga a mãe a sair para trabalhar e sustentar os filhos. E esse trabalho é muito mais duro e menos gratificante do que o da mãe mais qualificada.

Como a classe média e as mulheres enfrentam o desafio e as exigências do século 21? Como ser a melhor mãe nas condições possíveis dentro de cada realidade e da inquietação em se desenvolver profissionalmente? Como fizeram as que conseguem a tranquilidade de saber que deram e fizeram o melhor que podiam e as que se sentem realizadas em sua plenitude? O que posso extrair da minha e de outras experiências?

Como estão resolvendo a questão? São interessantes alguns caminhos percorridos tanto pelas que decidem abandonar um trabalho exaustivo para desenvolver um negócio próprio, quanto pelas que fazem carreira mirando o topo.

As que saem de um emprego massacrante trabalham mais, mas sentem-se melhor e felizes, mesmo sem tempo para si próprias. A flexibilidade de horário e mais tempo com os filhos compensam.

Outras características: clareza nas prioridades escolhidas, não se paralisam pela falta de experiência e capacidade de se organizar (até para ir ao supermercado). Diria que determinação e certa ousadia e criatividade são fundamentais.

Testemunhos, lidos no Uol Mulher de 2015, mostram que muitas descobrem o que vão fazer no processo de frustração de não estar com os filhos tanto quanto gostariam. Começam a observar as necessidades que não são atendidas nos lugares que frequentam e... click, descobrem um negócio: criam uma empresa de lanches saudáveis para escolas, uma firma de importação de produtos para bebês ou blogs... Não há o que não haja! São vencedoras.

As mais exitosas financeiramente, geralmente, ocupam os mais altos cargos das empresas nas quais trabalham. São extremamente organizadas, de tal modo que arrumam tempo para se cuidar, ter intimidade com os filhos, namorar e, surpreendentemente, nem todas estão sempre exaustas. Ajudantes em casa, poder frequentar salão de beleza e ginástica fazem diferença.

Todas focam o positivo, não perdem tempo reclamando e buscam resolver, têm companheiros que ajudam em vez de competir (acham, depois de algumas tentativas), percebem que nem sempre a semana foi balanceada, mas pode ser compensada na próxima. Não se estressam além da conta.

A vida, o amor e os filhos são o mais importante. Resumo: queremos tudo! Mais carinho e flores neste domingo.


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