Folha de S. Paulo


União nacional

A agenda de propostas apresentadas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, muitas delas positivas, outras que já tramitam no Congresso, não tem o condão de recuperar a credibilidade do governo Dilma e de seu partido.

Não foram formuladas com esta intenção, esclareceu o próprio presidente do Senado. Trata-se de medidas que, se aprovadas, poderão contribuir para suavizar o processo acelerado de deterioração e fragilidade da economia nacional.

Uma eventual reforma ministerial, distribuição de emendas ou realocação de cargos também não serão suficientes para a recuperação da governabilidade.

O problema maior concentra-se na perda da confiança por parte dos agentes econômicos e da grande maioria da sociedade brasileira.

A crise econômica, somada à corrupção e aos desmandos, coloca à nação brasileira a seguinte indagação: qual é o caminho, como conseguiremos superar esta situação dramática? Como responder à falta de perspectiva de um país que se vê fortemente comprometido, sem rumo e fragilizado?

A história mostra que a saída está na política e deve se dar nos marcos da legalidade democrática e respeito à Constituição.

O vice-presidente Michel Temer, professor de Direito e constitucionalista, presidente do partido com maior representação no Congresso, cumpre um importante papel de equilíbrio e esforço para que nosso país possa se reencontrar com a confiança e esperança perdidas.

Sabemos que será preciso amplitude e abrangência, necessárias para restabelecer pontes e canais com trabalhadores, empresários, partidos políticos e o Congresso Nacional. O PMDB carrega a herança de ser o principal agente da transição democrática e traz no seu DNA a vocação e a capacidade de unir forças heterogêneas. Tem legado e história para coordenar a construção de um projeto nacional que aponte um novo rumo para o Brasil.

É crescente o sentimento de que será preciso um novo pacto político para que a sociedade se una em torno de uma agenda positiva de crescimento que possa restabelecer a confiança no governo e na economia. Esta arquitetura exige grandeza e responsabilidade, tarefa para ser conduzida por um amplo leque de forças políticas.

Trata-se de estabelecer as bases para um governo de união nacional que possa retomar a esperança e apontar para uma nova perspectiva para o Brasil.

O momento, o modelo, formato e operacionalidade de como este processo se dará ainda não estão claros. Mas a necessidade imperiosa de que o novo caminho se apresente já se coloca como urgente e inexorável.


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