Folha de S. Paulo


Sem dinheiro, OSB atrasa salários e programação de 2017

Eliana Rodrigues-2013/Divulgação
A OSB (Orquestra Sinfônica Brasileira) realizou nesta quarta (15) na Sala São Paulo, o primeiro de seus quatro concertos paulistanos de 2013. Com regência de Roberto Minczuk, ela teve como solista o violonista gaúcho Yamandu Costa (de branco na foto), que estreia o
Yamandu Costa (de branco) em apresentação com a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) em SP

RIO DE JANEIRO - Outrora a mais longeva orquestra nacional em atividade ininterrupta —desde 1940—, a OSB está em estado vegetativo, tendo entrado em 2017 sem verba nenhuma. Consequentemente, transcorridos quatro meses, não apresentou um único concerto, tampouco tem programação. Pior: seus músicos não receberam salário neste ano.

A situação atual é o ponto culminante de uma crise que vem crescendo há pelo menos três anos. Ela foi criada por uma mistura de má administração —com inúmeras prestações de contas reprovadas, o Ministério Público Federal pediu a suspensão de repasses oriundos de isenção fiscal– e de queda de arrecadação junto a empresas privadas.

A responsabilidade passa também pela Prefeitura do Rio, cidade-sede da orquestra. Ela vinha contribuindo desde 2009, na gestão de Eduardo Paes, com uma média de R$ 6 milhões anuais, mas, a partir de 2014, a fonte secou. Um total de R$ 12 milhões previstos deixaram de ser repassados pelo município, o que a OSB considera a principal causa de seu desequilíbrio, ainda que outros patrocínios tenham sido encerrados.

Enquanto a questão financeira da instituição não se acerta, é impossível delinear uma programação artística para este ano. A de 2016, afetada pela crise, acabou sendo refeita a custa zero, usando obras em domínio público e limando convidados pagos.

A nova diretora-executiva da Fundação OSB, Ana Flávia Leite, 34, assumiu o cargo em janeiro e se mostra otimista quanto à chance de conseguir patrocínios que reanimem a orquestra. Vinda do Ministério da Cultura, começou a sanear pendências passadas, relativas a prestações de contas reprovadas.

Apesar de ser uma instituição privada, a OSB é um patrimônio nacional e como tal deve ser encarada pelo poder público. Resta ver como se posicionará Marcelo Crivella.


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