Folha de S. Paulo


Investir em renda variável

Investir nos instrumentos de renda fixa equivale a emprestar dinheiro, para o setor público, comprando títulos públicos, ou para empresas do setor privado, financeiras e não financeiras. O investidor recebe juros pelo empréstimo e se torna credor do governo ou da empresa.

A natureza do investimento em ações é outra. O investidor acredita no crescimento potencial da empresa e deseja participar dos lucros futuros, seja pela valorização da ação, seja pela distribuição de dividendos e outros direitos. Torna-se sócio com a expectativa de ganhar mais do que a taxa de juros básica de mercado.

OS RISCOS

O risco de mercado predomina e pode ser classificado em dois tipos: risco sistemático, de origem político-econômica, que atinge todas as ações negociadas no mercado, e o risco específico, relacionado a um setor da economia ou a uma empresa em particular.

DIVERSIFICAÇÃO

Diversificar é a maneira mais fácil e eficaz de reduzir o risco de uma carteira de ações. Fatores que afetam negativamente as empresas de energia, por exemplo, não atingem as do setor financeiro. Uma carteira bem diversificada, com baixa correlação entre as ações que a compõe, pode gerar resultado médio positivo.

Entretanto, é preciso atentar para o fato de que a diversificação não reduz o risco sistemático, que atinge o mercado como um todo. Incertezas provocadas por eleições, baixo crescimento econômico, inflação e juros muito elevados são exemplos de contexto macroeconômico desfavorável para esse mercado.

LIQUIDEZ

Para compensar o risco de mercado elevado, o investidor tem a possibilidade de vender as ações quando bem entender, pelo preço que o mercado estiver disposto a pagar. Algumas ações, denominadas de primeira linha, são as mais negociadas e apresentam alto índice de liquidez. Outras, de segunda ou terceira linha, assim classificadas pelo índice de negociação, e não pela qualidade, podem exigir um pouco mais de tempo para que o investidor consiga vender pelo preço justo.

SELEÇÃO

Há duas linhas de análise adotadas pelos investidores para a escolha das ações de sua carteira: análise fundamentalista e gráfica.

A escola fundamentalista procura determinar o preço justo da ação. Demanda bom conhecimento de matemática financeira, contabilidade, análise de balanços, avaliação de resultados. Esse método tende a ser adotado por investidores com horizonte de tempo longo, capazes de esperar que os resultados esperados aconteçam.

A análise técnica ou gráfica assume que tudo o que se sabe sobre o mercado está refletido no preço da ação. Metodologias de mensuração utilizam, basicamente, duas variáveis: preço e volume. Secundariamente, padrões gráficos indicam se o momento é recomendado para comprar (preço baixo) ou vender (preço alto) determinada ação. É a preferida dos investidores com visão de curto prazo, que ficam conectados durante todo o pregão.

Simplificadamente, a escola fundamentalista ajuda a decidir que ação comprar, e a escola técnica, quando comprar ou vender.

ÍNDICES

Para acompanhar a evolução dos preços das ações negociadas no mercado ao longo do tempo, a Bolsa de Valores dispõe de índices que representam um conjunto de ações, agrupadas em uma carteira teórica, cuja rentabilidade é calculada segundo os critérios estabelecidos.

O índice mais antigo e mais divulgado no mercado brasileiro é o Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas no mercado. Consulte a página da Bovespa para saber mais sobre esse e outros índices do mercado de ações brasileiro.

INVESTIR

Quem deseja escolher pessoalmente as ações para compor uma carteira opera diretamente em Bolsa ou mercado de balcão organizado por meio de uma corretora. Quem prefere investir em índices pode optar pelo ETF (Exchange Traded Fund), fundos espelhados em índices cujas cotas são negociadas em Bolsa, da mesma forma que as ações. Ou aderir a um fundo de investimento cuja política de investimento seja compatível com a sua.


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