Folha de S. Paulo


Se Emmy fosse ousado, 'Mr. Robot' venceria

Entre múltiplas indicações para "Game of Thrones", que já levou nove prêmios técnicos pela temporada atual, o Emmy deste domingo (19) pode contemplar uma das séries mais inovadoras dos últimos anos ou ajustar contas com um drama vigoroso que há quatro anos voa sob o radar.

Aqui, a coluna dá seus palpites.

Peter Kramer/USA Network/Divulgação
Os atores Rami Malek (à esq.) e Christian Slater em cena da segunda temporada da série Mr. Robot
Os atores Rami Malek (à esq.) e Christian Slater em cena da segunda temporada da série Mr. Robot

MELHOR SÉRIE DRAMÁTICA

É provável que "Game of Thrones" leve outro Emmy nesta noite, e na categoria mais prestigiada –só o episódio "Battle of the Bastards" já justificaria. Mas bem que a angustiante "Mr. Robot", com sua narrativa antenada com o espírito dos tempos merecia romper essa hegemonia.

MELHOR SÉRIE CÔMICA

A coluna daria todos os Emmy de comédia a "Veep", sem pestanejar, pelo tempo que a série perdurasse. A produção estrelada por Julia Louis-Dreyfus é das melhores coisas na TV há cinco anos sem perder ritmo –e levou a estatueta no ano passado, rompendo a modorrenta sequência de "Modern Family".

Sua colega de grade na HBO, "Sillicon Valley" tem sorrateiramente cavado espaço. Mas é a fofíssima e espertíssima "Master of None", da Netflix, que parece a favorita da vez.

MINISSÉRIE E TELEFILME

A brilhante "Fargo" merece e deve levar, embora não fosse mau se a estatueta acabasse com o thriller à antiga "The Night Manager".

Entre os filmes para TV, "Até o Fim", biografia do presidente americano Lyndon Johnson (1908-73) estrelada por Bryan "Walter White" Cranston e produzida por Steven Spielberg não tem concorrentes à altura. Antes de chegar à HBO, a produção já rendera uma elogiada montagem na Broadway.

MELHOR ATOR

O voto da coluna vai para o magnético Rami Malek e seus enormes olhos vidrados ("Mr. Robot") na categoria drama (com uma quedinha por Bob Odenkirk em "Better Call Saul") e, na comédia, para o registro perfeito de Thomas Middleditch como o geninho contido Richard em "Sillicon Valley" –Jeffrey Tambor é incrível, mas, embora escrito entre os cômicosm, o que ele fez em "Transparent" foi drama.

De coadjuvantes, Jonathan Banks (o Mike de "Saul") prevalece no drama, e o versátil Keegan-Michael Key ("Key & Peele"), na comédia.

MELHOR ATRIZ

Robin Wright dominou a temporada mais recente de "House of Cards" e se firmou como a melhor coisa da série. Depois de quatro anos, é hora de reparar uma injustiça e contemplá-la com o Emmy.
Já na comédia, é inevitável que Julia Louis-Dreyfus ("Veep") colete seu quinto Emmy para a incorrigível presidente Selina Meyers (fora dois prêmios anteriores por "Seinfeld", em 1996, e "The New Adventures of Old Christine", em 2006).
Anna Chlumsky, a chefe de campanha workaholic de Selina em "Veep", e Lena Headey, a demolidora Cersei de "Game of Thrones", merecem ser reconhecidas como melhores coadjuvantes, respectivamente, em comédia e drama.
E os seus votos, quais são?

A colunista entra em licença-maternidade na semana que vem e volta em dezembro.


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