Folha de S. Paulo


Ala do PT vai rachar com PMDB e apoiar Freixo para prefeito no Rio

RIO DE JANEIRO - Um grupo de notáveis do PT fluminense, liderados pelo "estrangeiro" Tarso Genro, ex-governador do Rio Grande do Sul, resolveu criar uma dissidência e romper com o PMDB de Sérgio Cabral, Pezão e Eduardo Paes já na eleição para prefeito do ano que vem.

Após o desempenho sofrível do senador Lindbergh Farias no ano passado, em que amargou o quarto lugar na eleição para governador, Genro desembarcou no Rio no começo do ano com a missão de salvar o partido no Estado. O ex-governador gaúcho já comprou um imóvel em Copacabana e vai dividir seu tempo entre o Rio e Porto Alegre.

O entourage de Genro inclui, além de Lindbergh, o deputado federal Alessandro Molon e o ex-deputado Jorge Bittar. Os quatro defendem que o PT se desgarre do PMDB no Rio e volte às suas origens, realinhando-se com partidos de esquerda.

Massacrado pela crise econômica e pelos sucessivos escândalos de corrupção que atingem a sigla dia sim, dia também, o PT terá uma eleição municipal dificílima em todo o país em 2016. Genro e seu time acreditam que pior ainda será se o partido permanecer ofuscado pelo PMDB.

Assim, decidiram apoiar para prefeito o deputado estadual Marcelo Freixo, do Psol, que deve aglutinar várias lideranças de esquerda em torno de si.

O maior desafio dos notáveis de Genro é o próprio PT local. Ainda que no papel de apêndice, vários petistas preferem continuar nas administrações peemedebistas a ficar de fora do poder. A começar pelo presidente regional do partido, Washington Quaquá, que só faltou implorar a Pezão para aceitar o PT de volta –as tratativas continuam em curso.

A pessoas próximas, Genro tem dito que seu grupo prefere correr o risco de ser expulso do partido a manter a aliança com o PMDB. Ele acredita que é o preço a ser pago em nome da sobrevivência política.


Endereço da página: