Entre as informações, desinformações e contradições sobre a farinata do prefeito João Doria, sobrou o abandono do produto para os escolares de São Paulo.
Se essa farinata for equivalente à farinha fortificada proposta pela OMS/FAO, uma boa oportunidade para oferecer a crianças em fase de crescimento suplementos vitamínicos e minerais foi perdida.
Há 17 anos, no ano 2000, a OMS (Organização Mundial da Saúde) identificava que entre os fatores mais graves para a saúde estavam carências de ferro, de vitamina A, de zinco e de iodo (problema já resolvido com a sua adição ao sal de cozinha).
Essas carências são responsáveis por deficiências fisiológicas que favorecem infecções, transtornos metabólicos e insuficiência do desenvolvimento físico e psicomotor. O crescente consumo de alimentos processados, altamente calóricos e com poucos micronutrientes pode até criar problemas de saúde pública.
Segundo o livro "Guias para a fortificação de alimentos com micronutrientes", lançado pela OMS/FAO em 2006 e atualizado este ano, a fortificação de alimentos tem sido utilizada há mais de 80 anos em países industrializados para restabelecer os micronutrientes perdidos no processamento dos alimentos, como é o caso das vitaminas do complexo B.
O guia da OMS/FAO destaca também a necessidade de planificação apropriada para que um programa de fortificação de alimentos possa atingir grandes segmentos da população, além de avaliar seu impacto nessa parte da população e a sua viabilidade.