Folha de S. Paulo


O perigo que a alegria do Carnaval esconde

Secio Freitas/Divulgação
Carnaval de Salvador nesta sexta-feira (24), no circuito Barra/Ondina.
Carnaval de Salvador nesta sexta-feira (24), no circuito Barra/Ondina.

Poucos dias ou semanas após o Carnaval, podem surgir pelo corpo sinais de uma reação alérgica se o folião (ou foliona) consumiu alimentos aleatoriamente pelas ruas.

Mas aqueles que evitaram a proteção da camisinha nas ocasionais relações sexuais com os novos namorados também devem ficar atentos aos sinais e procurar o médico bem depressa. Pode ser a conhecida reação da infecção pela bactéria da sífilis, semelhante a uma alergia. Ela desaparece rapidamente, mas a doença permanece.

Ao longo de anos sem tratamento, o infectado se torna, além de transmissor da doença, futuro portador de graves complicações neuropsiquiátricas ou cardíacas. Exames laboratoriais de rotina podem identificar o problema.

Segundo os especialistas em DST (doenças sexualmente transmissíveis), qualquer pessoa sexualmente ativa pode contrair sífilis por sexo anal, vaginal ou oral. Só duas coisas impossibilitam contrair a doença: usar camisinha ou evitar a relação sexual.

Após a descoberta da penicilina, a infecção pelo Treponema pallidum regrediu dramaticamente em todo o mundo, apesar de estar reemergindo atualmente por falta de cuidados na sua prevenção.

Natasha Arora, do Instituto de Medicina Forense de Zurique, refere na revista "Nature Microbiology" importante atualização quanto a essa milenar doença: ainda não foram detectadas cepas de bactérias resistentes à penicilina, a primeira linha dos antibióticos para o tratamento da sífilis.


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