Folha de S. Paulo


Tudo indica que será muito difícil para Corinthians e São Paulo

CADA UM a seu modo, DNA à mostra, a estreia dos quatro grandes de São Paulo no Paulistinha não permite conclusão alguma, mas dá pano para mangas.

O Santos goleou na Vila Belmiro diante de quase 11 mil torcedores.

O Linense é só o melhor time de Lins? Azar dele. Tome um, tome dois, tome três, tome meia dúzia de gols.

Verdade que Dorival Júnior, perfeccionista como é, há de puxar as orelhas da defesa porque tomou dois gols que não precisava ter tomado.

O time praiano foi quem estreou melhor e mostrou com o 6 a 2 que o tri está em seus melhores planos.

O campeão brasileiro não foi tão bem na estreia de Eduardo Baptista em jogos oficiais. Suou, também em casa, para vencer o Botinha graças, mais uma vez, a este formidável Tchê Tchê, autor do 1 a 0.

Fernando Prass acabou por trabalhar muito mais que o goleiro Neneca e o empate em 1 a 1 teria até sido justo, embora seja preciso considerar que o adversário voltou aos treinamentos em Ribeirão Preto bem antes do Palmeiras.

Ainda sem Mina, Moisés e Guerra, o Alviverde tem muito a progredir.

Pior aconteceu com o Corinthians, um dos grandes que aparecem como azarões na luta pelo título.

Num gramado encharcado em Sorocaba, só venceu graças ao polêmico pênalti que Jô bateu para fazer outro 1 a 0.

O São Bento pouco ameaçou, mas não se viu, nem o gramado permitia, o jogo de posse de bola que o Alvinegro promete sob o comando de Fábio Carille.

De bom mesmo apenas as atuações do zagueiro Pablo, que veio da França, e de Moisés, lateral que mostrou novamente segurança e personalidade para 6.000 torcedores.

O melhor jogo da rodada para os grandes ocorreu na deserta Arena Barueri com pouco mais de 2.000 pagantes, fruto do boicote da torcida são-paulina às provocações de Vampeta, ex-jogador corintiano que preside o Audax e apelidou o Tricolor de Bambi, além de ter prometido tapete rosa para receber a estreia oficial de Rogério Ceni como treinador.

Se o tiro dele saiu pela culatra, o time dele pintou e bordou na frágil defesa do São Paulo, em tarde pra lá de infeliz.
.
De positivo mesmo só a capacidade de reagir ainda no primeiro tempo aos 2 a 0 que sofreu com apenas 8 minutos de partida.

Chávez empatou ao receber passes preciosos de Cueva e Rodrigo Caio e por pouco Cueva não virou, ao chutar no travessão uma falta no fim da etapa inicial.

A sensação no começo do tempo final era a de que a virada viria, mas, aí, Fernando Diniz, o brilhante e genioso técnico do Audax, que havia espinafrado publicamente sua defesa ao tomar o primeiro gol e demolido o moral do time, foi expulso.

Não passou um minuto para o Audax fazer 3 a 2, de costas, e 4 a 2, de pênalti.

A vida não está fácil e não estará para ninguém, nem mesmo para o goleador Santos.

Tudo indica que será muito difícil para Corinthians e São Paulo.

JESUS!

Mestre Tostão está certo: devagar com o andor. Gabriel Jesus precisa de tempo.

Como ontem, em Manchester.

Precisou de 10 minutos para fazer 1 a 0 e de 93 para fazer 2 a 1.

Quase aos 20 anos, tempo não lhe faltará para ser o camisa 9 de que a Seleção precisa.


Endereço da página:

Links no texto: