Folha de S. Paulo


Em geral, os melhores do ano são os que deixam boas últimas impressões

Paulo Whitaker/Reuters
Football Soccer - Palmeiras v Botafogo - Brazilian championship - Allianz Parque stadium, Sao Paulo, Brazil - 20/11/16 - Palmeiras' Gabriel Jesus reacts after their match against Botafogo. REUTERS/Paulo Whitaker ORG XMIT: PW19
Gabriel Jesus comemora gol de Dudu no jogo contra o Botafogo

A escolha dos melhores do ano pela Fifa é sempre a mais badalada e raramente comete injustiças ao apontar seus três craques.

Em quase 100% das vezes é injusta com quem não joga no futebol europeu.

Dos 23 indicados neste ano não há nem sequer um jogador fora do Velho Continente.

Mas há cinco sul-americanos (os argentinos Messi e Agüero, o brasileiro Neymar, o uruguaio Suárez e o chileno Alexis Sánchez), além de um africano, o argelino Mahrez, do Leicester.

Nada contra os selecionados, ao contrário, mas sempre cabe a pergunta: não terá um Moisés, do Palmeiras, um Gabriel Jesus, jogado o suficiente para estar na relação da Fifa pelo menos para dar um ar mais democrático à escolha? Ninguém despontou na África?

Verdade que em 2011, ainda pelo Santos, Neymar esteve entre os 23, mas é daquelas exceções para confirmar a regra.

Dito isso, e sem negar que na Europa estão os melhores do mundo, olhemos para o nosso quintal, aquele que não é o mais bonito do mundo, mas é, por ser o nosso.

Quais foram os melhores do Brasileirão, quando restam duas rodadas antes de seu fim?

Na opinião da coluna, eis a seleção: Danilo Fernandes (Inter), Jean (Palmeiras), Geromel (Grêmio), Mina (Palmeiras) e Fábio Santos (Galo); Tchê Tchê (Palmeiras), Renato (Santos), Moisés (Palmeiras) e Dudu (Palmeiras); Gabriel Jesus (Palmeiras) e Robinho (Galo).

Difícil não eleger Cuca como o técnico do Brasileirão, embora o do ano seja mesmo Tite, obviamente pelo que fez na seleção brasileira -mas, também, porque não fossem os 13 pontos que amealhou ainda no desmontado Corinthians provavelmente neste momento, em vez de lutar por vaga na Libertadores, o time brigasse para não ser rebaixado.

É isso. Nem sempre os melhores do Brasileiro são os melhores do ano.

Por falar em técnicos é obrigatório citar Jair Ventura, do Botafogo, cuja missão no Glorioso era a de evitar o rebaixamento e ele está na disputa de vaga pela Libertadores.

Mas tudo no futebol é momentâneo.

Vai que nas duas últimas rodadas acontecem catástrofes com os dois jogadores de melhor desempenho no torneio.

Imagine (não, não vai acontecer!) que Moisés marque gols contra nos jogos contra a Chapecoense e Vitória e decrete derrotas do virtual campeão. Que Gabriel Jesus perca gols feitos.

Que Zeca e Ricardo Oliveira deem o título ao Santos.

O lateral esquerdo praiano, campeão olímpico, e o centroavante, titular da seleção de Dunga até a chegada de Tite, tomariam as vagas de Fábio Santos e Gabriel Jesus no time do Brasileirão.

Dorival Júnior, com novo belo trabalho, vítima de desfalques causados tanto pela seleção olímpica quanto pela principal, passaria a ser o técnico do campeonato.

Cuca amargaria o pão amassado pelo capeta.

Pelo sim, pelo não, a coluna escolheu também o time B do Brasileirão: Vanderlei (Santos), Victor Ferraz (Santos), Vitor Hugo (Palmeiras), Felipe (Corinthians) e Zeca (Santos); Willian Arão (Flamengo), Cléber Santana (Chapecoense), Cueva (São Paulo) e Diego Souza (Sport); Ricardo Oliveira (Santos) e Marinho (Vitória).

Seis veteranos entre 22 jogadores.


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