POR MAIS que se procure deixar os assopradores de apito e levantadores de bandeirinhas brasileiros de fora, a cada rodada fica mais difícil.
Nos dois jogos dos líderes do Brasileirão, os erros dos referidos incompetentes atrapalharam o andamento do campeonato.
No Maracanã reaberto em preto e vermelho com 65 mil torcedores, Guerrero fez um gol em impedimento na cara do levantador de bandeirinhas, não daqueles difíceis, mas facílimo de ser visto.
O 2 a 2 final castigou o Corinthians em sua busca de vaga na Libertadores, embora tenha mostrado um alvinegro com espírito de porco, capaz de segurar o empate e atrapalhar a festa rubro-negra.
Na arena alviverde, o Sport teve um pênalti claro cometido por Mina com o braço acima da cabeça e o lance sumiu, ninguém viu, quando o jogo ainda estava 0 a 0 e o time pernambucano, por incrível que pareça, jogava melhor que o líder, parecendo até que sofreria o acidente que poderia lhe tirar o título.
Mas não.
O Palmeiras acabou vencendo por 2 a 1 depois de fazer um segundo tempo bem melhor e agradecer novamente ao seu goleiro Jaílson, o Paredão Tranquilo, a surpreendente melhor contratação do clube para o campeonato que agora tem o alviverde seis pontos adiante do Flamengo. O que permite descartar duas rodadas, exatamente as mais complicadas que ainda faltam, contra Santos e Galo, fora de casa, o jogo na Vila Belmiro sem seu goleirão.
O torcedor palmeirense tem motivos para ficar tenso, porque faz tempo que o time não acerta uma boa exibição e segura a liderança aos trancos e barrancos, num gramado horroroso quando joga em seu novo estádio.
Já o corintiano até que teve razão para esperar algum milagre daqui por diante, apesar da expulsão infantil de Guilherme, exatamente em sua melhor apresentação com a camisa do time.
Só que a cada dia fica claro que se dentro de campo as coisas andam difíceis para o time, é fora dele que tudo fica pior.
PRESENTE DE GREGO
Você já leu aqui algumas vezes que o ex-presidente do Corinthians, e deputado federal do PT, Andrés Sanchez, nunca admitiu, mas sempre achou, que o estádio de Itaquera sairia de graça.
Imaginava que o PT seguiria por muito tempo no poder e que as benesses concedidas à Odebrecht bastariam para que a obra fosse paga sem ser.
Não contava com a Lava Jato, com a prisão de um Odebrecht e com o impeachment.
A empreiteira, que não entregou o estádio contratado nem no prazo nem completo, deixou de poder ser "generosa" e o Corinthians está endividado até a medula.
Aqui se leu também muitas vezes que Lula foi o melhor presidente do Corinthians em todos os tempos, para profunda irritação de Sanchez, manifestada em diversas cartas à redação ou em direitos de resposta.
Eis que agora Mario Cesar Carvalho revela nesta Folha que Emílio Odebrecht diz que o estádio foi uma "espécie de presente" a Lula.
É fácil imaginar a cena: depois de uma negociação qualquer entre o então presidente da República com a empreiteira, o corintiano Lula diz, de passagem que "bem que vocês poderiam ajudar meu time a ter uma casa".
Não é preciso dizer mais nada.