Folha de S. Paulo


Tricolor reina no Morumbi

A TORCIDA ÚNICA tricolor nas arquibancadas do Morumbi, crime que a incompetência da segurança pública paulista comete contra o futebol, durante os primeiros 10 minutos viu um único time no gramado: o do Palmeiras, que pintava e bordava pelo setor direito do ataque.

Numa arrancada, Dudu foi desarmado com falta por Wesley e o contragolpe perfeito do São Paulo, de pé em pé, culminou na cabeça de Ganso: 1 a 0, no 11º minuto.

Impor-se-ia (desculpe, professor Pasquale, mas vivemos tempos de terríveis mesóclises!) daí em diante o modo Bauza de ganhar em casa, mesmo com sofrimento, ou necessariamente com sofrimento, à custa de muita luta? Que nada!

Na verdade, o São Paulo pouco sofreu até o fim do primeiro tempo.

E fez o Palmeiras sofrer uma barbaridade no segundo, quando Prass brilhou com defesas impressionantes, Rogério sofreu pênalti não assinalado e o estreante Ytalo perdeu um gol imperdível, contra apenas duas defesas de Denis, uma delas para reparar, com coragem, um rebote desnecessário, quando sofreu um corte na cabeça e nem assim foi molestado pelo ataque alviverde.

Mais que quebrar tabu de não vencer clássicos ou manter o de não perder Choque-Rei no Morumbi, o time agora tem cara, que mistura competitividade com velocidade.

O 1 a 0 foi pouco, muito pouco.

3 a 1 ou até 4 a 1 ficaria melhor.

ACORDA, TIMÃO!

Mesmo sonolento e sufocado pelo calor, embora o sol até tenha dado um refresco na manhã recifense de 27ºC, o Corinthians passou sem maiores problemas pelo fraco Sport, com dois belos gols no segundo tempo, um de Lucca e outro de Marquinhos Gabriel.

Antes do jogo, Tite disse que como torcedor gostaria do horário, mas como jogador e profissional da área o considera desumano, com o que concordou, mesmo feliz, depois da partida, Marquinhos Gabriel.

Pode ser que o torcedor goste, mas não é o que tem se visto, tanto que cabem 35 mil torcedores na Ilha do Retiro e nem a metade disso, apenas 16 mil, trocou a praia pelo jogo no Recife.

O Corinthians jogou para o gasto, sem repetir a ótima atuação do primeiro tempo na derrota para o Vitória. Walter mostra ser belo goleiro apesar da sombra de Cássio no banco, Cristian parece querer voltar ao que era, e Guilherme se firma como bom garçom.

Falta o centroavante e jogar sem um pode ser a solução de Tite, que deve perder também o zagueiro Felipe para o Porto.

Fosse o treinador e deixaria o presidente corintiano falando bobagens sozinho.

VIAJA, MARCO POLO!

O presidente da CBF tem dois motivos para torcer pela seleção nas eliminatórias da Copa: não ter em sua biografia, além do indelével 7 a 1, a eliminação inédita, e, enfim, poder viajar para o exterior.

Sim, porque na Rússia de Vladimir Putin o FBI não pia. Viaja, Marco Polo, viaja!

KIRRATA

De 1974 para 2014 transcorreram 40 anos como ensina a aritmética elementar. Mas o colunista conseguiu errar ao escrever ontem que entre a primeira e a segunda decisões do Atlético de Madrid na Liga dos Campeões se passaram 30 anos. Nota zero para ele. Com louvor.


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