Folha de S. Paulo


O Santos é de novo campeão

AO VER Lucas Lima, Ricardo Oliveira e Gabriel comemorarem o 22º título santista, não houve como não lembrar dos que deram as segundas e terceiras taças estaduais, craques como Ramiro, Álvaro, Vasconcelos, Pagão, Zito, Pepe, Jair Rosa Pinto.

Mitos que ficaram para sempre na cabeça de uma criança, com cinco, seis anos, em 1955/56.

Depois, de 1958 em diante, vieram enfileiradas dez conquistas, todas com o maior número 10 do esporte mundial à frente, mas com coadjuvantes do nível de Coutinho, Toninho Guerreiro, Carlos Alberto, Calvet, Lima, Gylmar, Clodoaldo, uma constelação, quase sempre com o Palmeiras como obstáculo.

Pareceu num dado momento que a bonança havia acabado em 1973, começo do fim da Era Pelé. Qual o quê!

Cinco anos depois, não mais, Aílton Lira, Pita, Juary, João Paulo, davam o ar de sua graça e o Santos derrotava o São Paulo na decisão.

Não era a mesma coisa, mas já era alguma coisa.

Em 1984 teve mais. Rodolfo Rodriguez, Dema, Humberto, Paulo Isidoro, Serginho Chulapa, Zé Sérgio, desta vez para despachar o Corinthians.

Robinho, Ganso e Neymar estão bem presentes na cabeça de todos.

Daí a relevância de enfatizar que entre as seleções principal e olímpica, o Santos tem cinco jogadores, o que revela, ao menos, que seu time sobra no atual nível do futebol brasileiro.

Por mais que na decisão contra o Audax o domínio tenha sido do visitante, com direito à bolas na trave santista e a um sem-número de chutes que a rasparam, a vitória praiana é incontestável, até porque fez um segundo gol mal anulado com Joel.

Ao perder Lucas Lima ainda na metade do primeiro tempo, o Santos melhorou, porque o meia estava evidentemente sem condições de jogo e errava como não está habituado. E ao fazer seu gol no fim dos 45 minutos iniciais, em mais uma arrancada admirável do jovem Ricardo Oliveira aos 36 anos, a taça pediu para ir para o espetacular memorial santista.

NO CREO EN BRUJAS...

O Atletico de Madrid dividia a liderança do Campeonato Espanhol com o Barcelona e, na penúltima rodada, foi a Valencia jogar contra o último colocado e rebaixado Levante.

Como se sabe o time madrilenho decidirá a Liga dos Campeões com o Real Madrid, depois de eliminar o Barcelona e o Bayern Munique, os dois melhores do mundo.

Logo aos 2 minutos os colchoneros abriram o placar e jogaram toda a pressão para o Camp Nou, onde o Barça enfrentava o Espanhol, no clássico da Catalunha.

O que começou difícil em Barcelona terminou em goleada, por 5 a 0, com mais quatro gols do trio MSN.

O que começou fácil em Valencia terminou em tragédia, em virada do lanterna no derradeiro minuto e o fim das chances do até então colíder Atlético.

...pero que las hay, las hay.

EFEMÉRIDES

Cláudio Taffarel completou 50 anos ontem e João Havelange o dobro.

Espera-se que o goleiro do tetra não use os próximos 50 anos para estragar sua biografia.

Havelange foi devidamente retratado pelos jornalistas Sérgio Rangel e Jamil Chade, nesta Folha e em "O Estado de S.Paulo".

Houve quem ignorasse a data.

Há certos silêncios mais eloquentes que quaisquer estridências.


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