Folha de S. Paulo


O Santos agrada de novo

O 1 a 0 contra o Água Santa mentiu. O Santos jogou no sábado (12) no Pacaembu o mesmo futebol que andou encantando na temporada passada, mesmo capaz de fazê-lo ganhar apenas o título estadual.

A pálida atuação na decisão da Copa do Brasil acabou por acarretar uma avaliação até certo ponto injusta, como injusto foi o resultado contra a equipe de Diadema.

Bola de pé em pé, jogadores próximos uns dos outros, velocidade, busca permanente do gol.

Há problemas, é claro, daqueles que técnico algum resolve quando falta talento ou frieza na hora de converter em gols a superioridade no gramado.

É claro que treinar fundamentos ajuda, talvez a maior contribuição deixada por Telê Santana, daqueles técnicos que gostariam de ver seus jogadores dormindo com a bola, gostassem dela e a tratassem com o carinho.

Porque se há um aspecto que chama a atenção nos ditos times grandes do futebol brasileiro é exatamente a incapacidade de tornar fáceis os jogos contra os pequenos.

Por mais covarde que pareça a comparação, equipes como as do Barcelona e do Bayern Munique quase sempre se impõem quando a diferença técnica é abissal.

O Barça, por exemplo, ganha em média seus jogos no Espanhol por 2,9 a 0,75. Os bávaros vencem por 2,5 a 0,5. Já o Santos se limita a vencer por 0,8 a 0,4.

Verdade que o time da Vila Belmiro está apenas no nono jogo oficial em 2016, ao passo que os europeus já ultrapassaram o 30º.

Seja como for, é o Santos que agora volta a jogar como é gostoso ver. O que é boa notícia para a reta final do Paulistinha.

Por falar em Vila Belmiro, novamente o torcedor santista deu o ar de sua graça no sábado à noite, com mais de 16 mil pagantes.

Por delicada que seja a questão de usar menos o seu estádio, onde o time raramente se dá mal, a direção do Santos precisa ter a coragem de usar mais o campo paulistano.

É difícil imaginá-lo como o alçapão que já foi chamado de "a Vila mais famosa do mundo" porque a casa de Coutinho, Pelé e Pepe, um trio que, de fato, não deve nada ao MSN de Messi, Suárez e Neymar. Mas o

Pacaembu tem sido mais caloroso, e rentável, que a Vila, sem dizer que não há estádio tão amigável para se ver um jogo como o velho "próprio da municipalidade".

Indiscutível o fato de o Santos ter mais torcedores na capital do que na cidade praiana.

Registre-se que São Paulo e Palmeiras neste domingo (13) levaram menos gente que o Santos ao Pacaembu, apenas 14 mil torcedores.

O CHOQUE-REI

E o clássico mereceu lotação esgotada.

Com temperatura amena na manhã da Pauliceia, o embate teria terminado ao menos com mais um gol de cada lado, não fossem as duas interpretações equivocadas na marcação de dois impedimentos, do tricolor Schmidt e do alviverde Dudu.

Qualquer um dos times poderia ter vencido, tantas foram as vezes que os ataques chegaram ao arco rival, numa partida disputada em alta voltagem.

A vitória palmeirense por 2 a 0, graças a belo contra-ataque aproveitado por Dudu e a um golaço de Robinho, era mesmo mais importante do que para o São Paulo após os jogos de ambos pela Libertadores.


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